Projeto desenvolvido em Recife ganhou processo interno da companhia e equipe foi representar o Brasil no Japão
Recife, PE – O projeto social iniciado no Recife, PE, dezesseis anos atrás, foi expandido para a fábrica da Honda Automóveis em Sumaré em 2023 e, desde então, quarenta jovens já foram formados. O próximo passo, que está sendo estudado, é a possibilidade de levar a iniciativa a Manaus, AM, onde está a linha de produção das motocicletas, segundo Alexandre Cury, diretor de serviços pós-venda e peças da Honda.
Importante questão a ser considerada é este segundo passo da iniciativa, da absorção da mão de obra. No Recife, por exemplo, há uma rede concessionária muito grande em volta. Manaus possui outra característica, de rede menor mas com expressivo número de fornecedores.”
Cury ressaltou que não há regra quanto à expectativa do local em que os formandos trabalharão. O espectro é amplo e aberto a qualquer companhia, inclusive outras marcas. Por isto as discussões sobre replicar a iniciativa em outras unidades podem repetir o formato ou customizar de acordo com a necessidade local.
“Com o tempo descobrimos que não bastava apenas oferecer treinamento, educação e orientação. Tanto que trouxemos empresas interessadas para absorver uma mão de obra tão jovem. Foi onde entrou a rede concessionária, nossa principal parceira, que também sofria com a falta de profissionais capacitados.”
Uma turma se formou no projeto pernambucano em 22 de novembro, com a presença da reportagem da Agência AutoData.
O PSH, segundo Cury, exerce reflexo indireto no faturamento da empresa: “Temos três grandes indicadores de que está dando certo: a relação candidato vaga, o que está se repetindo em Sumaré, e o fato de 100% sair empregado na rede Honda ou em fornecedor, prestador de serviço ou empresa coligada e baixa rotatividade pós-formação”.
Dos 316 jovens formados desde 2007, fora os 25 da turma deste ano, mais de duzentos ainda estão na rede, assegurou o executivo, ao completar que no curso houve apenas duas ou três desistências, nenhuma em 2024. Sobre o número reduzido de formandos – até 2022 eram vinte pessoas e, desde o ano passado, são 25 no Recife – a ideia é que sejam grupos pequenos para que a aderência dos ensinamentos se dê de forma mais completa, uma vez que além da questão técnica são trabalhados também aspectos de autoconhecimento e de comunicação.
Programa já está em sua 16ª edição em Recife e todos os 25 jovens participantes já saíram dele empregados, a maior parte na rede concessionária da marca na Região Metropolitana. Foto: Divulgação.
A iniciativa desenvolvida no Recife, inclusive, ganhou reconhecimento interno e foi apresentada no Japão. Dois anos atrás grupo de trabalho oriundo do projeto social representou o Brasil em convenção mundial de melhores práticas e iniciativas que partem da equipe, e não das lideranças.
“Foi ressaltado que esta iniciativa foca no interesse do jovem e em meio à realidade das famílias. Não se trata de atividade assistencialista. Depende muito mais deles do que de nós. Nós somos apenas instrumentos, ferramentas.”