Tensionador V para a Fiat já está em produção na fábrica de Atibaia e três outros componentes entram em linha em 2025
São Paulo – A transição energética da indústria automotiva brasileira está rendendo novos negócios para a Litens, fornecedora com origem no Canadá com fábrica em Atibaia, SP. A empresa aplica, até o meio do ano, R$ 30 milhões para a produção de componentes destinados a veículos híbridos. Um terço deste valor foi direcionado à produção do tensionador V, desenvolvido pela engenharia local em parceria com a Stellantis e já presente no Pulse e no Fastback lançados no ano passado.
Tensionador omega, tensionador alfa e polia de isolamento do virabrequim são outros componentes na fila, que entrarão em produção em 2025. A fábrica de Atibaia foi expandida, segundo o presidente da Litens, Bruno Fragoso: “Investimos na expansão da fábrica e alugamos um prédio próximo para estocar os componentes que usamos na produção, para ganhar mais espaço para instalar as novas linhas”.
Os aportes não se destinam apenas a contratos com a Stellantis, segundo Fragoso, que acompanha de perto a chegada de mais modelos híbridos às fábricas brasileiras e se prepara para atender à demanda que virá. Negociações estão em andamento e novos projetos já foram conquistados, com os nomes dos modelos e das empresas ainda mantidos em sigilo por contrato:
“Todo veículo híbrido nacional que for lançado este ano e no ano que vem terá algum componente produzido pela Litens”.
Tensionador V fornecido para a Stellantis
O investimento também será usado para transformar a fábrica de Atibaia em uma base exportadora de componentes para modelos híbridos, atendendo a demandas na América do Norte e na Europa. Para os próximos anos a meta da companhia é exportar um terço de toda a sua produção.
Híbridos puxam crescimento
A meta da Litens é dobrar o seu faturamento aqui até 2027 usando como base 2021, e este crescimento deverá ser puxado, principalmente, pelo lançamento de modelos híbridos e pelo avanço de suas exportações. Para 2025, segundo Fragoso, a projeção é de alta de 12% nos negócios depois de crescer 10% em 2024.
Para 2026, quando o País deverá ter um número maior de modelos híbridos produzidos localmente, a Litens projeta incremento de 20%. O executivo acredita que esse tipo de tecnologia, aliada ao etanol, será o pilar para a descarbonização da frota nacional, que também terá um porcentual de veículos elétricos, mas bem menor do que os híbridos.