São Paulo – Saíram das linhas de produção, no ano passado, 141,3 mil caminhões, volume 40,5% superior ao registrado em 2023, 100,5 mil unidades. O expressivo crescimento deve-se, em parte, à base depreciada pela mudança de tecnologia de Euro 5 para Euro 6 do ano passado que, em 2024, foi assimilada. Contribuiu também para a maior demanda a maior oferta de crédito.
O ano da retomada também registrou aumento do comércio em 15,7%, totalizando 124,9 mil caminhões. Em dezembro foram vendidas 11,4 mil unidades, 12,6% acima de novembro e 10,7% superior a dezembro de 2023. A média de vendas diária alcançou a melhor marca desde agosto de 2021, 572 unidades.
Os dados divulgados pela Anfavea na terça-feira, 14, apontam também que a produção do mês passado, 10,7 mil unidades, ficou 18,9% abaixo de novembro, como era de se esperar, por causa das férias coletivas, mas cresceu 29,3% com relação a dezembro do ano anterior.
O vice-presidente da Anfavea, Eduardo Freitas, ressaltou que infraestrutura e construção civil foram os setores responsáveis por estimular o setor em 2024. E que o desempenho só não foi melhor porque o agronegócio passou por dificuldades como a quebra de safra provocada por mudanças climáticas – a exemplo das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul – e também pelos preços das commodities, o que deverá ser revertido este ano.
“Observamos em 2024 um início de processo de renovação das frotas por parte de grandes transportadoras e locadoras. A maior oferta de crédito ajudou bastante nisto. E caminhão é PIB: quando a economia reage, a procura por caminhões cresce junto.”
Segundo Freitas a maior parte dos veículos fabricados no País no ano passado foi de modelos mais robustos, sendo que 46% dos caminhões foram semipesados e 44% pesados.
Para este ano, apesar dos sinais de alerta com dólar na casa de R$ 6 e juros ascendentes com uma Selic que pode terminar o ano aos 15%, Freitas apontou que fatores como melhora nos índices de emprego e a expectativa de safra recorde do agro deverão contribuir à manutenção dos bons números do setor.
No ano passado foram exportados 17,9 mil caminhões, alta de 5,6% frente aos doze meses anteriores. Em dezembro foram escoados 2,1 mil, acréscimo de 5,4% sobre novembro. Comparado ao último mês de 2023, quando foram vendidas 1,1 mil unidades a outros países, no entanto, a quantidade quase dobrou ao crescer 90,4%.