O Linha de Montagem AutoData entrevistou o professor Antônio Jorge Martins, coordenador da área de cursos automotivos da FGV
São Paulo — No quarto programa da série Linha de Montagem AutoData o professor Antônio Jorge Martins, coordenador da área de cursos automotivos da Fundação Getúlio Vargas e consultor empresarial, apresentou como as empresas brasileiras do setor automotivo devem se preparar para enfrentar um possível novo ciclo industrial que se iniciará no País a partir do crescimento cada vez maior da presença da indústria automotiva chinesa no cenário global.
Durante a entrevista o professor destacou a importância da melhoria da competitividade e do aumento da capacidade de produção como palavras-chave que devem guiar o setor automotivo brasileiro com força no futuro. Ele ressaltou que, para que o Brasil continue se destacando, é fundamental que atue nestas frentes.
“A indústria automotiva chinesa opera hoje com uma capacidade produtiva anual de 50 milhões de veículos e com um custo operacional imbatível. Para continuar sendo viável como produtor no futuro o Brasil precisa se posicionar rapidamente como provedor principal da América Latina e de parte da África, elevando sua capacidade produtiva para, no mínimo, 10 milhões de unidades anuais.”
O professor sugeriu que, no curto prazo, a colaboração com a indústria chinesa pode representar plano de negócios viável, oferecendo oportunidades de transferência de tecnologia e conhecimento que podem beneficiar o setor automotivo nacional, especialmente no que se refere à tecnologia eletrônica: “O Brasil é muito rico em terras raras, o que é especialmente relevante para a produção de baterias. Isso é de grande interesse para a indústria chinesa”.
Além disto Antônio Jorge sugeriu que o setor automotivo brasileiro deveria buscar acordos com a indústria da Europa e da Ásia, que também estão enfrentando desafios devido à forte presença da indústria chinesa. Essa colaboração poderia fortalecer a posição do Brasil no mercado global.
A importância da sustentabilidade como diferencial competitivo e o papel da inovação na adaptação da indústria brasileira também foram temas da conversa. O professor enfatizou que a capacitação da mão de obra é crucial para lidar com as transformações trazidas pela crescente presença da indústria chinesa.
A entrevista completa está disponível no programa Linha de Montagem AutoData, oferecendo uma visão aprofundada sobre as perspectivas e desafios que o setor automotivo brasileiro enfrentará nos próximos anos.