São Paulo – A HPE mantém conversas com mais de uma marca para ceder espaço em suas linhas de Catalão, GO, para a produção de veículos sob encomenda. Em entrevista à Agência AutoData, o CEO Mauro Correia, sem citar nomes, confirmou o interesse de empresas estrangeiras em utilizar a capacidade da fábrica.
A chinesa GAC, por exemplo, já sinalizou ter na fábrica goiana uma de suas opções para localizar a montagem de seus veículos.
“Pela qualidade da nossa manufatura e dos nossos produtos, que são robustos e têm durabilidade muito grande, a operação chama a atenção de quem está de fora. Várias marcas vieram nos procurar e estamos conversando com elas para entender o que melhor se adequa à nossa operação”.
Montadora com capital 100% nacional, a HPE foi criada pelos empresários Eduardo Souza Ramos e Paulo Ferraz para representar a Mitsubishi no Brasil. Na fábrica atualmente são produzidos os modelos Triton e Eclipse Cross. A empresa mantém também a representação da Suzuki, apenas com carros importados.
O acordo, caso concretizado, não seria inédito: no mesmo Estado de Goiás a Caoa, também 100% de capital nacional, produz modelos das marcas Caoa Chery e Hyundai, a segunda por encomenda desde o ano passado, quando um novo acordo foi assinado pelas duas empresas.
Segundo Correia a fábrica de Catalão, com capacidade para 120 mil veículos por ano, não precisaria passar por muitas alterações para produzir modelos de uma nova marca. “O maior investimento precisaria ser feito na área de montagem da carroceria, que é muito específico para cada produto. O resto são pequenos investimentos, adequações que precisaríamos fazer na linha de montagem”.
Há capacidade disponível, porque para 2025 a projeção da empresa é produzir 27,4 mil veículos. “Nosso objetivo é gerar mais emprego e utilizar a nossa capacidade, promovendo o crescimento da região. Então sim, temos conversas com várias empresas”.
A fábrica dispõe de armação de carroceria, linha de pintura, montagem final, de monoblocos e carrocerias sobre chassis, e PDI. São mais de 2,2 mil trabalhadores, dentre diretos e terceirizados.