São Paulo – A queda de 10,6% na produção de caminhões pesados de janeiro a maio, para 28,3 mil unidades, em sentido oposto ao volume 5,6% positivo do segmento, com 55 mil unidades fabricadas, ligou o sinal de alerta na Anfavea. Embora na produção ainda representem mais da metade do volume os pesados, que usualmente respondem por mais de 50% das vendas, no período estão na faixa dos 40% do total do mercado, segundo o vice-presidente Marco Saltini.
Dos 46,3 mil caminhões emplacados nos cinco primeiros meses, recuo de 1,1% com relação a idênticos meses de 2024, 21,2 mil foram pesados, queda de 14,1%.
“Precisamos olhar com atenção para o mercado de pesados e para esta tendência de queda. O fato de a produção ter caído 11% é um fator preocupante, uma vez que a demanda está diretamente ligada ao PIB.”
Segundo Saltini a queda na demanda por veículos pesados está diretamente ligada ao custo maior de financiamento, puxado pelos juros mais altos. O segmento também sofreu com os efeitos negativos de uma oferta de crédito menor e mais restrita por causa da alta na inadimplência, que segue tendência de crescimento.
“Mesmo com a safra recorde os transportadores estão em compasso de espera e não estão renovando suas frotas, esperando um recuo da taxa de juros.”
Saltini disse que o segundo semestre costuma ser mais aquecido, porém o cenário atual causa preocupação. O anunciado aumento da IOF, que ainda não trouxe efeitos negativos para o resultado de maio, pode ajudar a retrair ainda mais a demanda nos próximos meses, caso não seja revertida — o que é esperado pela Anfavea.
Em maio foram produzidos 12,3 mil caminhões, crescimento de 10,3% sobre maio do ano passado e de 11,9% na comparação com abril. Os emplacamentos do mês somaram 9,2 mil unidades, queda de 4% na comparação com maio do ano passado e de 2% com relação a abril.
As exportações de janeiro a maio somaram 10,9 mil unidades, crescimento de 88,3% sobre iguais meses de 2024. No mês passado foram embarcadas 2,8 mil unidades, avanço de 119,8% na comparação com maio de 2024 e incremento de 32,2% com relação a abril.