Participação dos veículos leves eletrificados supera 60% na Europa

São Paulo – A participação dos modelos eletrificados nas vendas de veículos leves na Europa, até outubro, chegou a 60,1%, de acordo com dados divulgados pela Acea, entidade que representa o setor automotivo na União Europeia. A participação segue avançando mês a mês: em setembro a fatia foi de 59,8%.

Os HEVs, híbridos convencionais, representaram 34,7% da demanda, os EVs, 100% elétricos, 16,4%, e os híbridos plug-in, PHEV, 9,1%. Os modelos com motor apenas a combustão ficaram com 36,6% das vendas, com os movidos a gasolina conquistando 27,4% de share e os veículos movidos a diesel somando 9,2%.

Depois de reverter a queda no ano e voltar a crescer em setembro o mercado europeu de veículos leves manteve sua trajetória de expansão em outubro, com 8,9 milhões de veículos vendidos no acumulado do ano, alta de 1,4% sobre iguais meses do ano passado.

As vendas em outubro somaram 916,6 mil unidades, crescimento de 5,8% sobre igual mês do ano passado e expansão de 3,1% sobre na comparação com setembro.

BYD pretende aumentar volume explorando mais vendas diretas em 2026

São Paulo – Oitava marca mais vendida de janeiro a outubro no mercado brasileiro, à frente de empresas com operação industrial consolidada como Honda, Nissan e Caoa Chery, a BYD identificou um novo canal de expansão. Para 2026, com o reforço da montagem na fábrica de Camaçari, BA, o foco será explorar as vendas diretas. O plano, na verdade, já começou.

Versões GL, de entrada, do Dolphin Mini, King e Song Pro, direcionadas ao público PJ, foram acrescentadas ao portfólio nos últimos meses. Todos saem de Camaçari e ganharam descontos generosos, segundo Fábio Lage, diretor comercial da BYD para o Brasil.

“Atualmente 90% das nossas vendas são para pessoa física, com 10% para pessoas jurídicas. O mercado está meio a meio e é a nossa meta para 2026.”

O Dolphin Mini GL ganha desconto de 13% para clientes com CNPJ, R$ 103 mil. Para taxistas sai ainda mais barato, chegando a R$ 99 mil. O Song Pro tem desconto de 15% para PJ e chega a R$ 160 mil, e o público PcD compra por R$ 148 mil e os taxistas por R$ 133 mil. O King tem os mesmos descontos e chega a R$ 144 mil para CNPJ, R$ 132 mil para PcD e R$ 125 mil para motoristas de táxi:

“30% do mercado de vendas diretas consome modelos abaixo de R$ 100 mil. Agora passamos a ter o Dolphin Mini posicionado nessa faixa de preço para atender ao público”.

Para 2025 a projeção da empresa é vender 110 mil veículos, sendo 12 mil para pessoas jurídicas. A intenção é aumentar em cinco vezes o volume de vendas diretas, chegando a cerca de 60 mil no ano que vem.

Mais lançamentos

A BYD apresentou o Atto 8, SUV grande que chega com sistema híbrido plug-in formado por um motor 1.5 turbo a gasolina e dois elétricos, um em cada eixo, e uma bateria de 35,6 kWh. Esse conjunto gera potência combinada de 488 cv. O câmbio é automático. 

BYD Atto 8

Segundo empresa apenas no modo elétrico o Atto 8 roda até 150 quilômetros. Com o tanque de gasolina cheio a sua autonomia passa dos 900 quilômetros. O SUV será vendido por R$ 400 mil, com as vendas na rede BYD sendo iniciadas em 8 de dezembro.

O preço do Denza B5 híbrido plug-in, primeiro veículo da nova marca da BYD no Brasil, é R$ 436 mil em sua versão única. Os outros dois modelos confirmados para o ano que vem, o Z9 GT EV e a minivan D9, terão preços de R$ 650 mil e R$ 800 mil, respectivamente. 

Denza B5

A primeira concessionária da Denza será inaugurada em São Paulo em 10 de dezembro. Nos próximos meses a marca avançará para Rio de Janeiro, RJ, Brasília, DF, e Santa Catarina.

Nissan Kait tem o mesmo porte do Kicks Play

São Paulo – Previsto para chegar ao mercado brasileiro em 2026 o Nissan Kait, SUV inédito que será produzido em Resende, RJ, deverá suceder o Kicks Play, a antiga geração do Kicks. Em comunicado divulgado na terça-feira, 25, a Nissan revelou parte das dimensões do novo veículo: 2 m 620 de entreeixos, 4 m 300 de comprimento e porta-malas de 432 litros. 

O Kicks Play vendido hoje na rede Nissan tem 4 m 310 de comprimento e 2 m 620 de entreeixos, quase o mesmo tamanho do Kait. Seu porta-malas comporta os mesmos 432 litros. Lançado no meio do ano o Novo Kicks é ligeiramente maior: 4 m 365 de comprimento e 2 m 655 de entreeixos. Porta-malas com 470 litros. 

Não à toa foi posicionado um degrau acima da antiga geração, com preços partindo de R$ 167 mil a R$ 200 mil. A carroceria antiga com sobrenome Play tem preços de R$ 118 mil a R$ 150,2 mil, faixa na qual deverá ser colocado o Kait – a Nissan ainda faz mistério se manterá ao menos uma versão do Kicks Play em linha.

Uma imagem, que ilustra este texto, também foi divulgada pela Nissan. Parte do planejamento será revelada no início de dezembro, quando está agendada a primeira aparição global do Kait, na Capital paulista. Não será o lançamento oficial ainda, porém: será uma aparição estática. Sabe-se, no entanto, que o Kait será exportado de Resende para mais de vinte mercados da América Latina.

Seu desenvolvimento integra ciclo de investimento de R$ 2,8 bilhões na operação brasileira.

Fabricantes de implementos projetam US$ 16 milhões em exportações ao México

São Paulo – Fabricantes de implementos rodoviários que participaram da Expotransporte, em Guadalajara, México, projetaram faturamento de US$ 10,6 milhões em exportações para o país nos próximos doze meses. A ação integra o MoveBrazil, programa de incentivo à internacionalização realizado pela Anfir em parceria com a ApexBrasil.

Além da expectativa em torno dos negócios futuros o presidente da Anfir, José Carlos Sprícigo, contou que as 24 fabricantes de implementos associadas à entidade realizaram transações da ordem de US$ 5,4 milhões durante o evento realizado de 12 a 14 de novembro: 

“Desta forma a participação na Expotransporte poderá render aproximadamente US$ 16 milhões em vendas além de ampliar a presença do produto brasileiro em um dos mais importantes mercados da América do Norte”.

Participaram do evento as empresas Cardoso, ComLink, Facchini, Forbal, Frigo King, Grimaldi, Hallco, HC Hornburg, Ibero, Ibiporã, Librelato, Marksell, Marrucci, RAV Componentes, Robustec, Rodofrio, Rossetti, Sansuy, Silpa, Suspensys, Tecnnic, Thermo Star, VBC e Zurlo.

A Expotransporte contou com participação de mais de quinhentas marcas da indústria automotiva e com representantes de dezessete países, incluindo o Brasil.

Holanda recua e controle da Nexperia retorna à China 

São Paulo – Após deflagrar crise que colocou em risco a produção da indústria automotiva de diversos países, o Brasil inclusive, a fabricante de semicondutores Nexperia teve seu controle devolvido à China. A decisão partiu do governo holandês, que recuou após ter tomado as rédeas da empresa, subsidiária da chinesa Wingtech. Em resposta a China bloqueou as exportações dos chips, o que demandou esforço diplomático do governo brasileiro e da Anfavea ao solicitarem caráter de exceção para o suprimento às empresas fabricantes no País.

A intervenção da Holanda baseava-se em preocupações acerca de propriedade intelectual, mas o efeito colateral da nova crise dos chips traria grandes danos à indústria brasileira, uma vez que a Nexperia é responsável por cerca de 40% dos semicondutores fornecidos à cadeia local, a companhias como Bosch, ZF, Mahle e Marelli. 

De acordo com reportagem da agência de notícias Ansa o ministro holandês da Economia, Vincent Karremans, afirmou que “à luz dos recentes desdobramentos acredito que seja o momento certo de dar um passo construtivo, suspendendo minha ordem relativa à Nexperia, em estreita consulta com nossos parceiros europeus e internacionais”.

Segundo Karremans o governo holandês está otimista com as medidas já tomadas pelas autoridades chinesas a fim de garantir o fornecimento de chips para a Europa e o resto do mundo: “Consideramos isto uma demonstração de boa vontade e continuaremos a manter um diálogo construtivo com as autoridades chinesas no futuro”.

O comissário de Comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, avaliou a restituição do controle da Nexperia à Wingtech como “mais um passo fundamental para a estabilização das cadeias de abastecimento estratégicas de microchips”.

Organização confirma nova edição do Salão do Automóvel em 2027

São Paulo – Com os ingressos do Salão do Automóvel esgotados no sábado, 22, primeiro dia aberto ao público, a sua organização confirmou uma nova edição para 2027. Quem fez o anúncio foi o presidente executivo da Anfavea, Igor Calvet, ao programa CBN AutoEsporte, da rádio CBN.

Procurada pela reportagem da Agência AutoData a RX, organizadora do evento, confirmou a informação. A tendência é que o Salão do Automóvel volte a ser bienal, como foi até 2018. Ele retornou em 2025, após intervalo de sete anos, para atender a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O evento segue aberto ao público no Distrito Anhembi até o domingo, 30. Ainda há ingressos disponíveis no site oficial, www.salaodoautomovel.com.br.

Umicore inaugura linha de produção de catalisadores 

São Paulo – A Umicore inaugurou linha de produção de catalisadores automotivos para veículos leves em Americana, SP, para atender às três fases do Proconve L8. O objetivo é elevar a capacidade de fabricação e atualizar as tecnologias utilizadas “a fim de prover maior eficiência, precisão e rastreabilidade no processo”.

A nova linha demandou a contratação adicional em 10% do efetivo total na unidade. Os funcionários alocados na nova linha de produção receberam treinamento especializado com especialistas da Umicore na Alemanha e na Polônia, além de capacitações locais no Brasil conduzidas por profissionais internacionais.

A Umicore não informou o investimento realizado nem o volume de empregados na unidade “por questões estratégicas”.

Caoa produz o último HR e encerra etapa Hyundai em Anápolis

São Paulo – Em 31 de outubro, dias antes de assinar formalmente a nova parceria com a Changan, a Caoa produziu em Anápolis, GO, o último caminhão Hyundai HR. Encerrava, assim, uma das mais longas e frutíferas parcerias da indústria automotiva nacional, pois a fábrica goiana não mais produzirá modelos Hyundai e se prepara para uma nova etapa, compartilhando em suas linhas veículos Chery e Changan, as duas parceiras chinesas da Caoa.

A união do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade com os sul-coreanos da Hyundai foi iniciada em 1999, com a importação exclusiva de automóveis no mercado brasileiro, a estruturação da rede e grandes investimentos em marketing. O SUV Tucson, que invadiu as ruas brasileiras, é o grande símbolo desta primeira etapa, que a partir de 2007 foi sucedida por produção local do modelo em Anápolis, que nos anos seguintes também produziu o minicaminhão HR, o médio HD, e os SUVs ix35 e New Tucson.

A entrada oficial da Hyundai no Brasil como fabricante, em 2012 com a inauguração da fábrica de Piracicaba, SP, gerou uma disputa judicial pela representação da marca no Brasil, pois a montadora coreana queria administrar a operação de importações, que foi mantida com a Caoa por mais de uma década à frente. Alegações de descumprimento de contrato foram levadas à Corte Internacional em Paris, França, e a empresa de Oliveira Andrade saiu vencedora.

Após o falecimento do fundador da Caoa, em 2021, no ano passado as duas empresas assinaram um novo contrato, no qual a Caoa abriu mão da representação exclusiva das importações de modelos Hyundai e ofereceu sua fábrica para a produção de novos veículos, algo que não foi adiante. A relação da Caoa com a Hyundai hoje está limitada à representação comercial: o grupo segue sendo o maior concessionário da marca no País com cerca de quarenta revendas, nas quais são vendidos carros nacionais e importados da marca.

Busca por nova parceira começou com o fundador

Durante a disputa judicial com a Hyundai, ainda que mantendo e expandindo a operação com a chinesa Chery, uma joint-venture firmada em 2017 com metade do capital para cada empresa, Oliveira Andrade foi em busca de novas parceiras. Segundo contou à AutoData Carlos Philippe, seu filho e um dos atuais presidentes da Caoa, ao lado de seu irmão Carlos Alberto Oliveira Andrade Filho, as conversas com a Changan começaram em 2019 e só não avançaram mais rápido por causa da pandemia.

Ele garantiu não haver conflito com a Chery, como não houve com Chery e Hyundai no passado: as duas marcas serão produzidas em Anápolis, que recebe investimentos de R$ 3 bilhões para, dentre outras coisas, ter sua capacidade produtiva dobrada de 80 mil para 160 mil veículos por ano. Maquinário da antiga Ford, de Camaçari, BA, foi comprado para a ampliação, que envolve também a construção de novas áreas de produção.

Com o fim da produção da Hyundai abre-se espaço para a introdução de modelos Changan, além da expansão da linha Chery. “Não há conflito das duas marcas: estamos ampliando e há espaço para produzir ambas em Anápolis.”

E embora tenha apresentado em seu estande no Salão do Automóvel somente modelos Avatr, uma das marcas da montadora na China, chegarão outros, inclusive da marca Caoa Changan. Os pormenores de rede, produção e investimento serão divulgados no primeiro trimestre, segundo Carlos Philippe.

É o mesmo prazo previsto para o fim das obras em Anápolis: uma fonte confirmou à reportagem que, em março, inicia uma nova etapa na fábrica goiana. Sem Hyundai e com Changan.

Comexport confirma montagem do Chevrolet Spark para dezembro

São Paulo – O início da montagem do Chevrolet Spark no PACE, Polo Automotivo do Ceará, sediado em Horizonte, na antiga fábrica da Troller, está agendada para dezembro. Autoridades, imprensa e demais convidados já foram informados de que a cerimônia oficial será na quarta-feira, 3, com expectativa da presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

O município cearense, distante a cerca de 50 quilômetros da Capital, Fortaleza, voltará a montar veículos após quatro anos: desde o encerramento da produção da Troller, pela Ford, em setembro de 2021, a fábrica está parada. No ano passado, com auxílio do governo do Estado do Ceará, a Comexport assumiu a unidade e anunciou investimento de R$ 400 milhões para uma fábrica multimarcas.

Na ocasião a importadora afirmou que seis modelos elétricos, de três marcas diferentes, seriam montados ali. A Chevrolet saiu na frente e confirmou o Spark como o primeiro modelo. A Captiva, que recém chegou à rede, deverá ser o segundo.

Outras marcas com origem na China negociam com a Comexport, ainda sob sigilo. Mas diversas recentemente anunciaram intenção de fabricar seus modelos localmente, dentre as quais Omoda Jaecoo, GAC, MG Motor e Jetour.

Operação toda da Comexport

Em recente entrevista à Agência AutoData o vice-presidente da GM, Fábio Rua, disse que todo o processo de importação e montagem será feito pela Comexport: a companhia pagará por toda unidade que sair de Horizonte para suas concessionárias.

A intenção é gradualmente substituir toda a importação, hoje feita por CBU, totalmente montado, por SKD, com kits semi-desmontados, e avançar a localização. Alguns fornecedores já foram contatados.

O Chevrolet Spark, feito sobre a base do chinês Baojun Yep Plus, terá ritmo inicial de cerca de 100 unidades/mês no Ceará. Até outubro soma mais de 1 mil unidades emplacadas, segundo o Renavam.

Prêmio AutoData 2025 e Renault Boreal são destaques de novembro

São Paulo – A Revista AutoData de novembro traz muitas histórias que destacam a competência da indústria automotiva instalada no Brasil, a começar pelas melhores iniciativas de fabricantes de veículos e autopeças que foram reconhecidas pelo Prêmio AutoData 2025, incluindo premiações a seus produtos e seus executivos.

E por falar neles Emanuele Cappellano foi eleito Personalidade do Ano da premiação e concedeu a AutoData sua última entrevista como presidente da Stellantis América do Sul, cargo que ocupou por intensos dois anos em que anunciou e começou a aplicar o maior plano de investimento de um fabricante de veículos no Brasil, de R$ 30 bilhões até 2030. No From The Top deste mês – também no formato videocast que pode ser assistido no YouTube –, pouco antes de partir para dirigir as operações da companhia na Europa, missão que considera bem mais complicada do que teve por aqui, Cappellano falou sobre o que avalia ser um futuro bem desenhado e promissor para a empresa e para a indústria na região.

E por falar em competências o Boreal sobe de nível a Renault no Brasil. O lançamento do SUV médio representa uma nova fase para a empresa, com produto bem desenhado, sofisticado e recheado das mais modernas tecnologias de conectividade e segurança ativa. Nesta edição contamos tudo sobre o desenvolvimento, as características, a estratégia de mercado e a produção do Boreal, um projeto global liderado pela equipe brasileira de design e engenharia da Renault.

Também nesta edição relatamos as iniciativas do setor automotivo na COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém, PA. E sobre uma delas publicamos reportagem especial que trata do grande potencial de produção e uso do biometano no País para substituir o diesel em veículos pesados.

Não faltaram no último mês notícias sobre investimentos, como o da Volkswagen para lançar versões eletrificadas híbridas de todos os seus produtos no Brasil, começando já em 2026. Já a Ford elevou aportes na fábrica argentina para produzir lá versão híbrida plug-in da picape Ranger. E a Eletra investiu em um projeto próprio de chassi para ônibus elétricos.

Os mais importantes lançamentos do último mês incluem quatro novos modelos eletrificados com origem na China chegando: os Omoda 5 e 7, o Geely EX2 e o Leapmotor C10. E também tem um nacional completamente renovado e reformulado: a nova geração do Honda WR-V, produzido em Itirapina, SP.

Estas notícias, sempre sob a ótica da análise aprofundada de AutoData, podem ser lidas na edição on-line da revista (aqui) e também é possível baixar o arquivo PDF (aqui). Agradecemos sua leitura.