Produção crescerá em ritmo maior, 6,8% contra os 5,6% esperados para o mercado, porque importações tendem a reduzir, segundo presidente Márcio de Lima Leite
São Paulo – Após ser surpreendida por um mercado mais vigoroso do que o estimado, com cerca de 100 mil unidades a mais, a Anfavea divulgou na quinta-feira, 12, suas projeções para mercado, produção e exportações, de leves e pesados, em 2025. Segundo seu presidente, Márcio de Lima Leite, as vendas domésticas chegarão a 2,8 milhões de unidades, crescimento de 5,6% sobre as 2 milhões 654 mil esperadas até dezembro.
Poderia ser melhor, ponderou o executivo, caso a trajetória da taxa básica de juros não fosse ascendente. O Copom, Comitê de Política Monetária, do BC, Banco Central do Brasil, elevou a Selic em 1 ponto porcentual na quarta-feira, 11, para 12,25%, e informou que novas elevações de 1 ponto deverão ocorrer nas próximas reuniões.
Sem entrar no mérito se o BC acertou ou errou Lima Leite disse que, caso fosse mantido o patamar de 9,25% do início do ano, a indústria poderia alcançar novamente a marca de 3 milhões de veículos vendidos no ano que vem:
“O volume poderá ser maior do que o projetado, também. Neste ano não tivemos o efeito do Marco das Garantias no juro automotivo, algo que poderá vir a partir de agora porque temos os primeiros casos de retomada começando a aparecer, o que pode mexer no spread. E depende, também, do apetite das instituições financeiras”.
Para a Anfavea o ritmo das fábricas crescerá em velocidade superior ao do mercado em 2025, em sentido oposto ao registrado em 2024: a projeção é de aumento de 6,8% na produção, com 2 milhões 749 mil veículos. Segundo o presidente da Anfavea já estão computados os volumes adicionais esperados pelo início da produção de novos competidores, como a GWM e a BYD, que prometem começar a produzir em 2025.
Este crescimento maior da produção, porém, está estabelecido sobre uma expectativa de redução das importações: Lima Leite confessou que nas previsões da Anfavea está contabilizado o retorno do imposto de importação para veículos eletrificados a 35% no primeiro trimestre, conforme pedido ao governo – mas que ainda não foi decidido. Oficialmente este patamar será alcançado apenas em julho de 2026: em julho de 2025 subirá para 25% para elétricos, para 28% para híbridos plug-in e para 30% para híbridos.
No caso das exportações, após um ano estagnado, a Anfavea projeta crescimento de 6,2% no ano que vem, para 428 mil veículos.