Como disse importante executivo do setor automotivo na edição 341 da Revista AutoData “quando o governo central é fraco, sem programa de governabilidade, ficamos à mercê de decisões políticas que não necessariamente são positivas para o País”. Mais uma vez o Governo Federal provou que está correta a observação deste interlocutor privilegiado sobre as negociações do Rota 2030.
Nesta quarta-feira, 28, o Governo deixou de protocolar o Rota 2030, conforme disse que aconteceria o ministro do MDIC, Marcos Jorge de Lima. Ele confirmou na semana passada que o documento estava na mesa do presidente para ser assinado ainda em fevereiro.
Essa não é a primeira vez que o Governo Federal não cumpre o que promete. Esperado para o início do quarto trimestre de 2017, depois para dezembro, o Rota 2030 não é prioridade para a atual gestão Federal, nem mesmo depois de manifestações de presidentes das montadoras apontando a necessidade da previsibilidade das regras para garantir futuros investimentos no setor.
Pablo Di Si, presidente da Volkswagen do Brasil, considerou estratégico para o País a aprovação do Rota 2030 não pelos supostos ganhos, mas para mostrar às matrizes que há ambiente seguro para elaborar novos projetos aqui: “Não estou falando que ganharei R$ 1 a mais ou a menos com isso: é questão de ser algo fundamental, não pelo valor, mas pela mensagem que passamos para nossas matrizes’.
Steffan Ketter, chefe das operações na América Latina da FCA, avalia que o Rota 2030 é uma revolução na política automotiva que outros países não fizeram: “O trabalho que foi feito é de tirar o chapéu”. No entanto, o cenário que se apresenta no dia de hoje pode trazer um ambiente de incertezas no cenário automotivo, o que refletiria nos investimentos em toda a cadeia. “Seria uma grande pena. Mataria a plantinha que tem tudo para crescer. Mas ainda sou otimista com o Rota 2030”.
Carlos Zarlenga, presidente da General Motors Mercosul, disse que o Inova-Auto trouxe tecnologia, crescimento e investimentos para o setor automotivo e a continuidade com o Rota 2030 apresentará o futuro com clareza para a estratégia das empresas. “Esse é um setor que trabalha a longo prazo e precisa de normas claras. Quando você não mostra clareza e muda de ideia no meio do caminho, isso é um problema. Tira a nossa credibilidade global”.
A entrevista completa com Carlos Zarlega está na próxima edição da Revista AutoData.
Foto: Marcos Corrêa
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