São Paulo – O Sindipeças e a Embrapii, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, assinaram na quinta-feira, 14, acordo que estabelece fomento conjunto de pesquisa e desenvolvimento no setor de autopeças. A ideia da entidade que representa o setor de autopeças é aproximar suas associadas da estrutura e dos serviços prestados pelo órgão vinculado ao governo federal.
De acordo com Mauricio Muramoto, conselheiro do Sindipeças, a medida está alinha ao novo momento pelo qual passa o setor automotivo no que diz respeito a inovação aplicada à produção: “O setor passa por um processo de transformação sustentado em pilares como a Indústria 4.0. Nosso papel é ajudar as empresas a se inserirem neste novo contexto da indústria”.
O setor de autopeças foi um dos mais afetados pela crise recente na indústria automotiva. Houve diminuição da capacidade produtiva e corte no quadro de funcionários. Com a retomada das vendas, a cadeia produtiva teve de se readaptar para atender às demandas das montadoras e do mercado de reposição. Muramoto disse que a parceria com a Embrapii ajuda a acelerar a volta dos fornecedores ao ritmo de antes.
No contexto do Rota 2030, a nova política para o setor automotivo, o fomento via Embrapii poderia representar a oportunidade das autopeças, sobretudo as consideradas pequenas e médias empresas, a se estruturarem para atuar no nível de qualidade e tecnologia exigido pelos veículos que nascem no contexto da indústria 4.0.
A Embrapii dispõe de 42 centros de tecnologia equipados com infraestrutura para criação de novos projetos para o setor automotivo, segundo José Luis Gordon, diretor de planejamento e gestão. Afora isso, a organização também deixa à disposição das fabricantes de componentes seu quadro de técnicos e especialistas na indústria: “As empresas que têm projeto aprovado recebem o respaldo técnico para o seu desenvolvimento”.
O serviço oferecido pela Embrapii consiste também, afora a parte estrutural e o grupo de especialistas, em financiar um terço dos projetos das empresas. A entidade surgiu como braço de fomento há quatro anos com uma reserva de R$ 1,6 bilhão para custear projetos voltados para a inovação em diversos setores. Gordon disse que 30% do valor já está alocado em projetos diversos, e para este ano está previsto desembolso de R$ 150 milhões.
Ainda que seja considerada uma primeira incursão no setor automotivo, a Embrapii já fomentou projetos ligados a esta indústria. Há projeto com a Renault de desenvolvimento de um dispositivo para suporte de freio do sistema ABS. Outro exemplo é um projeto com empresas do setor químico e de mineração para criação de baterias de lítio de alta eficiência com tecnologia nacional.
Foto: Divulgação.
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