AutoData - Fabricantes de motores em compasso de espera
Seminário AutoData
25/06/2019

Fabricantes de motores em compasso de espera

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Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

São Paulo – A constante redução do PIB do País encabeça a lista de fatores que levaram as fabricantes de motores diesel a diminuirem as expectativas acerca do mercado brasileiro neste ano. Cummins, MWM e FPT, os principais nomes do setor, concordam que o ritmo da produção se reduzirá ao longo do ano em função da crise na Argentina. No entanto, ninguém ainda se sente seguro em cravar o porcentual para baixo, nem quando isso deverá acontecer. Assim como Anfavea, há que esperar.

 

Durante sua palestra no Seminário AutoData Revisão das Perpectivas 2019, organizado na terça-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, SP, executivos dessas empresas disseram que o crescimento projetado em 2018 acerca do mercado em 2019, de 15% a 20%, levava em consideração um PIB na faixa dos 2,5%, o que deixou de acontecer em janeiro, quando a projeção  do Banco Central apontou em 2,6%. A partir daí, queda acentuada até chegar em 0,87% em junho.

 

Para Marco Rangel, presidente da FPT, o agronegócio segue como base que dá sustentação ao mercado, ainda que sem a força vista nos últimos anos, o que, segundo ele, contribui para uma revisão abaixo das expectativas iniciais: “A queda do preço das commodities travada por China e Estados Unidos, um Plano Safra menor, fim do Moderfrota e o PIB descrescente colocaram gelo no nosso refresco, ou seja, reduzirá o ritmo do mercado. Sem mencionar a situação da Argentina, onde a FPT mantém fábrica”.

 

No caso da Cummins, especificamente, há o agravante Ford Taboão, para quem fornecia motores diesel para caminhões. Segundo Adriano Rishi, diretor executivo, a expectativa da companhia acerca do mercado nacional pode ser ilustrada pela revisão que a fabricante fez na sua produção para o ano. Com a Ford no mercado, projetaram 43 mil unidades de motores nas linhas de Guarulhos, SP. Com a saída da montadora do negócio caminhão, dez mil unidades menos – 33 mil. “Não é algo drástico, mas produziu reflexos que nos levaram ao caminho da diversificação da oferta”.

 

O rumo citado pelo executivo aponta para o mercado de motores estacionários, sobretudo para geração de energia elétrica. Essa é a mesma direção pela qual vai o planejamento da MWM. A queda nos volumes nas exportações de caminhões, que refletiram no ainda maior negócio da empresa, ligou o sinal de alerta e culminou em uma aposta “mais firme no mercado de geradores e também na reposição”.

 

Para Thomas Püschel, diretor de vendas e marketing da MWM, “se é possível apostar agora em como estará o mercado em dezembro, a resposta mais crível seria a de um mercado igual ao ano passado”.

 

Foto: Christian Castanho.