AutoData - Benefícios do Rota 2030 começam a chegar aos fornecedores
Rota 2030
22/08/2019

Benefícios do Rota 2030 começam a chegar aos fornecedores

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Foto Jornalista  André Barros

André Barros

São Paulo – Os primeiros resultados práticos do Rota 2030, programa de governo destinado ao setor automotivo criado há pouco mais de um ano, deverão começar a aparecer até o fim deste ano. Um dos pontos da política setorial, o financiamento de projetos – especialmente para a cadeia fornecedora de autopeças –, PPP, Projetos e Programas Prioritários, está totalmente desenhado, aprovado e aguarda apenas o sinal verde da área jurídica do governo para ser anunciado.

 

O Conselho Gestor, formado por integrantes do governo, indústria e academia, recebeu 34 propostas para PPPs. Destas, seis foram selecionadas e serão geridas, cada uma, por uma instituição. “A priori o anúncio oficial está marcado para 20 de setembro”, disse Adriana Regina Martin, diretora do departamento de apoio à inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações durante apresentação no Simea, Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, na quinta-feira, 22. “Uma reunião do Conselho em 11 de setembro baterá o martelo com relação à data, que depende também da área jurídica.”

 

As instituições serão responsáveis pelo recebimento e aprovação das propostas encaminhadas pelas empresas, aliadas a instituições de pesquisa e desenvolvimento. O financiamento desses projetos virá do dinheiro arrecadado com os 2% que eram pagos em forma de imposto de importação sobre as peças importadas no regime ex-tarifário, valor que, com o Rota 2030, passou a ser depositado em uma conta separada. Segundo Ricardo Zomer, coordenador da indústria automotiva da Secretaria da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Ministério da Economia, os depósitos somam cerca de R$ 80 milhões.

 

“A previsão é a de que somem R$ 200 milhões por ano. Após a aprovação as montadoras e e as empresas sistemistas que importarem as peças depositarão os 2% na conta do projeto que escolherem, respeitando a lógica de mercado.”

 

Dentre os programas aprovados pelo conselho um está na área de incremento da produtividade da cadeia de fornecedores do setor automotivo, um se enquadra no aumento de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação da cadeia de fornecedores do setor automotivo, um visa ao fortalecimento da cadeia ferramental e moldes destinados a produtos automotivos, um pretende o estímulo à produção de novas tecnologias relacionadas a biocombustíveis, segurança veicular e propulsão alternativa à combustão e há duas propostas transversais, que abrangem mais de uma área. Uma das áreas, automatização de processos, conectividade industrial e manufatura avançada na cadeia de fornecedores do setor automotivo, não teve nenhum programa aprovado pelo conselho nesta fase.

 

Zomer afirmou que o Conselho Gestor avaliará constantemente o desempenho dos programas e, caso algum receba pouca atenção das fabricantes, poderá ser substituído por outro. Ele destacou também que qualquer empresa poderá apresentar projeto independentemente de possuir CND, Certidão Negativa de Débito: “Sabemos que há diversas empresas na cadeia sem condições de investir e é nelas que os PPPs estão mirando. De certa forma é uma maneira de as montadoras ajudarem este elo mais fraco da cadeia”.

 

Embora o alvo seja a cadeia de fornecedores, projetos de montadoras são bem-vindos também, segundo Zomer. Mas os projetos deverão obedecer a algumas regras, como ter impacto nacional sem privilegiar uma ou outra região ou Estado, e ser horizontal, destinado a todo o setor automotivo: não pode ter como alvo uma só empresa ou montadora.

 

José Luis Gordon, diretor de planejamento e gestão da Embrapii, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, vai além: “O Rota 2030 quebra paradigmas. Pode, e deve, ser usado como referência para programas de outros setores”.

 

A Embrapii foi uma das 34 instituições que enviaram programas ao Comitê Gestor – e muito possivelmente é uma das seis selecionadas. O foco, de acordo com Gordon, é pesquisa, desenvolvimento e inovação da cadeia de fornecedores do setor automotivo, um no fortalecimento da cadeia ferramental e moldes destinados a produtos automotivos:

 

“Queremos ajudar a cadeia a se capacitar para a nova onda da indústria. Estamos ansiosos pelo dia 20 de setembro, quando saberemos se nosso programa foi aceito”.

 

Foto: Divulgação.