São Paulo – Logo após a coletiva de imprensa online, na quinta-feira, 7, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, falou com um grupo de jornalistas que participou do último encontro do ano, também a última vez na sede da Avenida Indianópolis. Em 2024 a Anfavea muda de local após 48 anos no mesmo endereço. Lima Leite abordou uma série de assuntos, mas enfatizou a necessidade da publicação do programa Mobilidade Verde, previsto para o dia 13: “A maior ajuda que o governo pode dar agora para a economia brasileira é a previsibilidade que o Mover trará para os negócios”.
Segundo o executivo há consenso sobre as questões técnicas e a formatação do que seria a segunda fase do programa Rota 2030, mas que será batizado pelo governo de Mover, contração para Programa Mobilidade Verde.
“Todos deram total apoio na construção deste marco, não há divergências, há contribuições até de outros setores e vários ministérios, e por isto precisamos que agora seja uma prioridade do governo.”
A preocupação é porque as regras da primeira fase do Rota 2030 deixam de ter validade este mês. E, sem o que a indústria chama de previsibilidade para atuar no País, pode ser que haja adiamento e até fuga de investimentos. Esta hipótese não está descartada nem mesmo no caso da publicação do novo marco legal, previsto para dia 13: “Sem a oficialização as montadoras estão em compasso de espera para definir novos investimentos. Isso já aconteceu no passado. Algumas empresas ficaram sem produtos porque tiveram que atrasar seus programas em função da falta de previsibilidade”.
Dois pontos são fundamentais para a indústria no contexto da previsibilidade, que impacta na decisão de adotar novas tecnologias: as novas regras de emissões e o programa de pesquisa e desenvolvimento.
“Nós temos uma ideia dos parâmetros que foram discutidos, mas só poderemos atuar a partir da publicação oficial. Parece-me que está tudo absolutamente em consenso mas a máquina do governo precisa atuar. Essas regras envolvem diversos ministérios e elas precisam passar pelo crivo de todos eles até o momento de serem publicadas. Vai sair, tem que sair, pois não há plano B.”
Estão empenhados R$ 70 bilhões em investimentos na indústria automotiva nacional, segundo Lima Leite. A expectativa é que um valor deste tamanho, ou até maior, faça parte do novo ciclo de investimento no País para os próximos cinco anos, caso o Mover saia da gaveta.