AutoData - Emprego no Brasil cresce, mas não no setor automotivo
Balanço
24/01/2020

Emprego no Brasil cresce, mas não no setor automotivo

Imagem ilustrativa da notícia: Emprego no Brasil cresce, mas não no setor automotivo
Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

São Paulo – O emprego formal no Brasil registrou crescimento no ano passado, impulsionado pelas vagas abertas no setores de comércio e serviços. Segundo dados do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgados na sexta-feira, 24, foram criadas 644 mil vagas no ano passado, um saldo 21,63% maior do que o registrado em 2018.

 

O saldo do emprego na indústria de transformação, à qual pertence o setor automotivo, foi de 18,3 mil postos de trabalho, um resultado maior do que o saldo registrado em 2018, 2,6 mil novas vagas. Ainda que registre crescimento, o cenário constrasta com o que acontece no grupo formado por montadoras de veículos e sistemistas.

 

Os números da Anfavea mostram que, até dezembro, o quadro de funcionários do setor era composto por 125,6 mil trabalhadores, cerca de 5 mil a menos do que o quadro registrado em dezembro de 2018. 

 

Embora as vendas de veículos tenham voltado a crescer, a saída da Ford do mercado de caminhões na América do Sul e a instalação de linhas 4.0, com perfil de forte automatização de processos, foram alguns fatores que ajudaram a reduzir o número de trabalhadores diretor no setor. De forma que o nível de emprego não conseguiu acompanhar no mesmo ritmo o crescimento da produção e vendas de veículos – pelo contrário, desacelerou. A recessão argentina, segundo a indústria, também impediu a geração de novas vagas.

 

Cenário semelhante se encontra no setor de autopeças. Segundo dados do Sindipeças, o nível de emprego no setor, de janeiro a novembro, foi 4,2% menor do que o registrado pela entidade em igual período em 2018 – a entidade não divulgou os números absolutos. Neste caso, o número sugere um setor ainda em recuperação dos postos de trabalho que existiam antes da crise ocorrida em meados da última década.

 

Se por um lado a indústria que corresponde a cerca de 22% do PIB nacional pouco contribuiu para o crescimento do saldo do emprego mostrado pelo Caged, por outro a notícia do aumento do emprego formal no País pode gerar expectativa em torno de vendas maiores neste ano.

 

As projeções das fabricantes indicam que haverá um volume de licenciamentos maior neste ano na comparação com volume vendido no ano passado porque, dentre outras coisas, elas observam sinais de retomada do emprego e da confiança do consumidor.

 

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas.