São Paulo – As estimativas apresentadas pela Anfavea para o mercado doméstico, de médio a longo prazo, convergem com o que foi debatido e apresentado por líderes do setor na semana passada durante o Seminário AutoData Megatendências do Setor Automotivo – a Revisão das Perspectivas 2020: volume de 2019 só retornará, na melhor das hipóteses, em 2025.
Segundo o presidente Luiz Carlos Moraes a tendência de recuperação é aquela que os economistas vêm chamando de Nike: seguida da queda vem uma curva de ascensão, mas não tão rápida quanto um V e nem com a tendência de estagnação no ponto baixo do U. É uma alusão ao logotipo da fabricante estadunidense de produtos esportivos e vestuário.
A Anfavea usou como base dessa projeção a experiência e a análise de quedas abruptas semelhantes a esta de 2020 registradas em sua série histórica, que conta a partir de 1956.
Foram quatro as vezes em que o quadro foi semelhante: em 1981 as vendas caíram 41%, sendo que a recuperação depois ocorreu em ritmo de 5% ao ano, em 1987 a baixa chegou a 33%, com avanço de 7% ao ano a seguir, em 1998 e 1999 houve retração de 35%, com retorno na faixa de 6% ao ano e, finalmente, em 2015 e 2016, com queda de 41%, teve o melhor cenário de retomada de 11% ao ano.
Usando esses parâmetros a Anfavea calcula que se a recuperação nas vendas de veículos 0 KM ao mercado interno for semelhante ao movimento mais recente, de 2015-2016, o patamar de mercado de 2019 seria alcançado novamente apenas em 2025. Se o movimento for mais próximo ao de 1987 isso ocorreria em 2027. Tendo como base a crise de 1998-1999 o retorno seria em 2029 e, se mais próximo ao de 1981, somente em 2030.
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