São Paulo – A Mercedes-Benz está otimista com o mercado de veículos comerciais pesados para o ano que vem. Roberto Leoncini, seu vice-presidente de vendas e marketing de caminhões e ônibus, disse no Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado em ambiente online até a sexta-feira, 30, que acredita que caminhões e ônibus têm potencial para registrar venda de seis dígitos.
"Ainda não dá para saber se as vendas serão de 120 mil, 110 mil ou 105 mil".
Para Leoncini é difícil projetar volumes mais precisos por causa das incertezas que ainda rondam o mercado. No cenário mais positivo com o qual a Mercedes-Benz trabalha internamente, no qual uma solução para a pandemia surgirá ainda no primeiro semestre, a demanda por caminhões deverá ser acelerada na segunda metade do ano.
"Obras de infraestrutura e marcos regulatórios deverão aquecer o mercado. Também esperamos reflexos positivos das reformas que foram anunciadas pelo governo federal e que deverão ser realizadas ao longo do ano que vem, como a tributária e fiscal".
Com relação aos setores que deverão comprar mais caminhões no ano que vem, Leoncini listou alguns que possuem tendência de alta: e-commerce, mineração, agronegócio, químico e gás, celulose, locações, logística e farmacêutico.
O vice-presidente da Mercedes-Benz acredita que esse cenário será real com PIB do ano que vem crescendo 3,5%, depois de uma queda de 5% em 2020. Mas existem, segundo ele, alguns pontos de atenção, como a questão do dólar, que chegou a R$ 5,77 e que gera muita pressão nos negócios da indústria de pesados e em toda a cadeia de fornecedores:
"Precisamos ver qual será o câmbio em 2021, o que não dá para prever porque cada dia é uma surpresa. Caso se mantenha no patamar em que está hoje, com certeza trará uma série de dificuldades. E será repassado aos preços de toda a cadeia, até o cliente final. Mas é necessário observar como os fornecedores também reagirão a essa pressão".
A capacidade da cadeia de fornecedores para o primeiro semestre do ano que vem também é um ponto de atenção, assim como a questão do crédito, que precisa estar disponível para as empresas conseguirem renovar e ampliar suas frotas.
Uma possível segunda onda da pandemia na Europa, em países dos quais a empresa importa componentes, poderá trazer reflexos negativos. Se as fábricas lá pararem ou reduzirem sua produção poderá faltar componentes importados nas linhas nacionais – o que não ocorreu este ano porque o Brasil também parou em um momento parecido com o da Europa, diferentemente do cenário atual, em que o País está na retomada de produção.
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