São Paulo – As locadoras de veículos calculam que a oferta de carros disponíveis para locação deverá dobrar no curto prazo. Dados da Abla, apresentados pela Movida em evento online a investidores, apontam que a frota das empresas de locação saltará de 997 mil unidades em 2019 para mais de 2 milhões de veículos em dois a três anos.
Ainda assim para o presidente da Movida, Renato Franklin, não haverá player suficiente no mercado para atender a demanda. "Mas nos próximos dez anos certamente veremos uma concorrência maior, porque todos entenderam que esse é um mercado em franco crescimento, dadas as exigências impostas pelo novo consumidor de mobilidade".
Quem observar as montadoras avançando suas ofertas no campo dos serviços poderá concluir, então, que a teoria da Movida faz sentido. De acordo com Roberto Fantoni, sócio da consultoria McKinsey, baseado em estudo efetuado pela empresa, haverá crescimento de 150% a 230% na oferta de serviços de mobilidade nos próximos dez anos no Brasil.
"Os fatores estão associados às evoluções da demanda e a preferências individuais por flexibilidade e, no caso econômico, por redução de custos. Não menos importante a evolução dos modelos regulatórios também favorece a projeção".
Segundo Franklin, da Movida, o cenário representa, mais do que oportunidades de expandir negócios, o de as locadoras se consolidarem como o canal de vendas mais rentável para a indústria automotiva: "Temos uma relação histórica com as montadoras e, uma vez nos mostrando como um canal mais rentável, fortalecemos as relações comerciais".
Um potencial de 2 milhões de veículos adicionais em um mercado que nos últimos anos também tem registrado esse volume de licenciamentos, revela um alento às fábricas que buscam meios para ocupar a sua capacidade ociosa. As vendas às locadoras, que ocorrem por meio da modalidade direta, têm sustentado os números e o desempenho das fabricantes que mantém produção no País, um cenário que provocou mudanças nos modelos de negócios tradicionais nas concessionárias e, ainda, uma nova relação fabricante-varejo, pois o tamanho alcançado pelas locadoras no mercado as fizeram ter importante poder de negociação.
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