São Paulo – Das quatro novidades antecipadas pela Ford para o mercado brasileiro em 2021, nenhuma terá produção local. O SUV Bronco, sucesso mesmo antes de chegar aos consumidores estadunidense, foi confirmado para o País e deverá vir do México, o Mustang Mach 1 é produzido nos Estados Unidos, a versão Black da picape Ranger sai das linhas de Pacheco, na Argentina, e a linha Transit será montada em parceria com a Nordex, no Uruguai.
Os lançamentos foram apresentados pelo presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters, em encontro com jornalistas para fazer um balanço do ano e projetar 2021, desta vez virtualmente, na terça-feira, 1º. Horas antes ele havia se reunido, também por teleconferência, com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, para anunciar investimentos de US$ 580 milhões para produzir a nova geração da Ranger em Pacheco a partir de 2023.
O investimento se soma aos US$ 50 milhões em conjunto com a Nordex para montar os utilitários Transit no Uruguai. No Brasil, por enquanto, sem indicação de novos aportes: Camaçari, BA, segue produzindo EcoSport e Ka, ao menos por enquanto.
Watters disse, em seu discurso, que seu objetivo na América do Sul é voltar a entregar lucro e promover um crescimento sustentável. No portfólio Ford serão priorizados modelos como SUVs, picapes e utilitários, com um distanciamento das vendas diretas às locadoras, por ele consideradas pouco rentáveis.
“Buscamos um negócio saudável e sustentável”, disse o executivo quando perguntado sobre a redução de participação da Ford no mercado nacional – a empresa perdeu a quarta posição do ranking, este ano para a Hyundai, e registra queda nas vendas superior à média do mercado. “Claro que volume é importante, mas não me preocupa perder market share. É resultado de uma decisão nossa”.
Para o presidente existem pressões importantes nos negócios brasileiros. Citou a pandemia, o aumento nos custos das matérias-primas, a valorização do dólar e a alta ociosidade de toda a indústria, que se preparou para um mercado de 3 milhões em 2020 e terá, por causa da pandemia, vendas na casa das 2 milhões de unidades.
O presidente da Ford estimou para 2023 o retorno das vendas nos níveis de 2019. E projetou, para 2021, vendas na casa das 2,5 milhões de unidades no mercado brasileiro.
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