São Paulo – A Abradif, associação que representa os concessionários Ford, prepara-se para iniciar negociações com a companhia a respeito das indenizações que deverão ser pagas à rede após o anúncio do fim da produção local de veículos, medida que tirou do mercado os modelos Ka e EcoSport, os dois Ford mais vendidos no Brasil. Reuniões programadas para a sexta-feira, 22, não foram realizadas, informou a entidade, sem revelar a razão.
Desta vez, diferentemente do que ocorreu quando a empresa encerrou a operação de caminhões, liberando a Rede Ford Caminhões para buscar outras marcas para representar, o cenário é de pressão, relatam concessionários. A companhia manterá em seu portfólio modelos importados e, segundo a Abradif, o vai-ou-fica que impõe o momento depende justamente da aceitação destes carros no mercado: haveria receio quanto a isso, um elemento crítico a mais nas conversas que envolvem, também, valores indenizatórios.
Tanto a Abradif quanto a Ford mantêm o silêncio quando o assunto são os valores. A empresa contingenciou cerca de US$ 4 bilhões para custear o fechamento de suas fábricas no Brasil, mas não mencionou qual a parte que representará as indenizações da rede de distribuição: o valor poderia variar de acordo com a negociação com aqueles que pretendem permanecer no mercado com a oferta importada.
À Agência AutoData uma fonte do mercado disse que espera-se, a princípio, para ver qual será o tamanho da rede necessária para a operação comercial de modelos de alta gama: "De fato a rede será menor, concentrada em grandes centros. Uma vez estabelecido o alcance dela as partes deverão discutir com mais profundidade a sua relação e externar mais os pormenores a respeito do que pretendem para o Brasil".
De acordo com a fonte deverão prevalecer os grandes grupos familiares, mais consolidados, em detrimento das empresas menores, que deverão assumir novas marcas ou, no pior cenário, fecharem as portas.
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