São Paulo – A crise global por semicondutores já vem fazendo vítimas na indústria automotiva brasileira. A Honda anunciou na terça-feira, 23, que fará uma suspensão temporária na linha de produção de Sumaré, SP, de 1º a 10 de março por causa da interrupção da entrega de semicondutores.
Não é a primeira vez em 2021: unidades do Civic deixaram de ser produzidas de 5 a 12 de fevereiro pelo mesmo motivo, segundo nota enviada pela Honda: os “impactos da pandemia da covid-19 nas cadeias globais de suprimento, que ocasionaram um desequilíbrio entre oferta e demanda de semicondutores, afetando toda a indústria”.
A Honda disse, ainda, que tem adotado “todas as medidas possíveis para minimizar os impactos à sua cadeia de valor, bem como qualquer inconveniente para o consumidor final”.
No começo do mês o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, alertou sobre a possibilidade de a crise, até então internacional, dos semicondutores chegar às fábricas brasileiras, que já sofriam com descompasso na cadeia. Fábricas dos Estados Unidos e Europa já haviam parado completa ou parcialmente, ou reduzido o ritmo, por falta do componente.
Os semicondutores são os chips que equipam os veículos. Trazendo cada vez mais eletrônica embarcada os atuais modelos demandam muitos destes componentes que não são produzidos no Brasil, e as fábricas que os produzem, em geral, abastecem diversos países e indústrias. Na retomada do consumo da população, após as quarentenas e lockdown da covid-19, a oferta não acompanhou a demanda.
Fenômeno semelhante ocorreu há cerca de dez anos. Fábricas de veículos ao redor do mundo tiveram que parar suas linhas porque houve desabastecimento de componentes eletrônicos produzidos no Japão, que sofreu com um terremoto seguido de tsunami e ainda a ameaça de desastre nuclear em Fukushima.
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