São Paulo — A recuperação do setor de caminhões, principalmente no segmento pesado, ainda não gera a remuneração esperada pelas fabricantes, pelo menos no caso da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Roberto Cortes, seu presidente, que participou do seminário Megatendências 2021, promovido pela AutoData Editora, de forma on line, na tarde da segunda-feira, 8, afirmou que "o retorno não é o esperado com base nos investimentos que foram feitos. Também não é o que os acionistas esperam e não garantem investimentos futuros".
Mesmo sem gerar o lucro esperado Cortes reconheceu que o mais importante, no atual momento, é que a recuperação está acontecendo. A torcida é para que a velocidade seja a mais rápida possível, até para que se recuperem os prejuízos causados pela crise da covid-19 e, também, das passadas, como a de 2016 e 2017, quando a indústria de caminhões caiu 75%.
Para o ano a expectativa de Cortes está alinhada á projeção da Anfavea, de alta de 13% no segmento pesado, incremento avaliado como razoável para o ano. "Mas é necessário ter atenção com algumas questões ligadas ao mercado que determinarão o tamanho do crescimento".
A médio prazo Cortes acredita que o Brasil tem grande potencial para crescer e gerar as receitas esperadas: "Sou otimista. Resolvendo a questão da covid-19 recuperaremos as vendas que não foram feitas desde o Euro 3 até o Euro 5. Falo isso porque o mercado atual está longe do potencial que possui, também por causa dos nossos clientes, que planejavam renovar sua frota após dois ou três anos de uso, e o que temos hoje são os caminhões rodando por cerca de sete anos, fora os veículos mais antigos que poderão ser trocados com a renovação de frota".
Nesse período a VWCO também quer aumentar suas receitas com o avanço da digitalização e da conectividade, que permitirão o desenvolvimento de novos serviços. Essa tecnologia também avançará na área de pós-vendas.
Para o futuro há expectativa de que a demanda dos clientes mude um pouco, com as empresas comprando caminhões e demandando serviços logísticos de ponta a ponta, com a montadora sendo responsável pelo gerenciamento de sua frota, observou Cortes.
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