São Paulo – Um estudo da BCG, Boston Consulting Group, divulgado pela Anfavea na quarta-feira, 7, indica que as dificuldades de abastecimento de semicondutores para a indústria automotiva permanecerão por ao menos mais um ano. A estimativa da consultoria é que a situação comece a se estabilizar apenas no segundo semestre de 2022.
Globalmente a indústria deixou de produzir, no primeiro semestre, 3,6 milhões de veículos, segundo os cálculos da BCG. Na América do Sul o impacto estimado foi de 162 mil veículos – e o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, acredita que no Brasil chegou a 100 a 120 mil unidades.
A consultoria acredita em mais dificuldades no segundo semestre, com o impacto na indústria global alcançando de 5 milhões a 7 milhões de unidades – e não fez projeções regionais. No terceiro trimestre, avalia a BCG, poderá haver mais fôlego para a indústria automotiva, mas a proximidade do Natal poderá direcionar os semicondutores para a indústria de eletrônicos no último trimestre do ano, em detrimento do fornecimento para as fabricantes de veículos.
Nos primeiros seis meses do ano saíram das linhas de montagem das fabricantes instaladas no Brasil 1 milhão 148 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, volume 57,5% superior ao do primeiro semestre de 2020, que foi afetado pela pandemia.
Em junho foram produzidas 166,9 mil unidades, 13,4% abaixo de maio, resultado da suspensão na produção de algumas importantes fábricas brasileiras por causa dos problemas com abastecimento de componentes. Com relação a junho de 2020 o volume foi 69,6% superior.
Ao fim do mês passado a indústria empregava 102,7 mil trabalhadores, saldo negativo de 1,4 mil pessoas com relação a maio. Este déficit é resultado de 2,5 mil demissões, em sua maioria promovidas pela Ford após sua decisão de parar de produzir veículos no Brasil, e de 1,2 mil contratações, grande parte de fabricantes de veículos comerciais, segundo Moraes.
No ano a indústria tem saldo positivo de 1,5 mil vagas.
Foto: Divulgação.