São Paulo – As opiniões convergem: as vendas de automóveis e comerciais leves seguirão crescendo até o fim do ano, não muito distante do previsto por Anfavea e Fenabrave, tendo na crise de fornecimento dos semicondutores o principal entrave para que a expansão não seja tão elevada. Marina Willisch, vice-presidente da General Motors, Mauro Correia, CEO da Caoa Montadora, e Paulo Cardamone, chefe de estratégia da Bright Consulting, participaram do painel que debateu o segmento de veículos leves no Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2021, na segunda-feira, 12, em ambiente virtual, e emitiram opiniões semelhantes com relação ao mercado nacional.
Cardamone mostrou projeções que apontam o retorno do volume pré-pandemia no varejo automotivo no primeiro trimestre do ano que vem, com a capacidade produtiva alcançando níveis ideais apenas no fim da década. E, a partir de 2024, acredita que os serviços de carro por assinatura elevarão as vendas diretas.
“Retornaremos à produção normal em agosto, e é natural, então, que a GM tenha o crescimento no horizonte”, disse Willisch referindo-se à fábrica de Gravataí, RS, parada desde abril. Em sua apresentação lembrou de outra solução que pode ajudar a indústria nacional a se desenvolver: exportações: “Hoje o carro sai da linha de montagem com 14,8% de impostos embutidos. A volta do Reintegra poderia ser uma solução imediata, para ampliar as exportações e melhorar a nossa competitividade”.
E apresentou números: se o Brasil conseguisse exportar 1 milhão de veículos por ano seriam gerados 120 mil empregos e a localização de peças cresceria ao menos 3%, dentre outros fatores.
Correia, da Caoa, falou das perspectivas de eletrificação do mercado. Considera inevitável a transformação do mercado, mas acredita em uma solução-ponte, como a hibridização com o uso de biocombustíveis como alternativa mais palpável: “Em muitos países os elétricos crescem graças a incentivos. Por aqui há redução de imposto de importação para híbridos e elétricos e isenção, ou redução, do IPVA em algumas cidades e estados”.
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