São Paulo — O mercado de máquinas agrícolas e de construção dispõe de perspectivas bastante positivas a curto e médio prazos no Brasil, de acordo com cenário apresentado por Gílson Capato, diretor comercial da Volvo CE, e por Alexandre Bernardes, diretor de relações institucionais da CNH Industrial, que participaram de painel sobre o tema durante o terceiro dia do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas, realizado de forma online, na quarta-feira, 14.
Capato divulgou a expectativa de vendas de 22 mil a 23 mil máquinas no País em 2021, volume 30% maior do que no ano passado. É uma projeção já revisada da Volvo CE, que começou o ano apostando em um avanço de 20%. Os principais segmentos que estão puxando esse crescimento são o agronegócio, a construção civil e a atividade mineradora, com maior relevância para os dois primeiros.
O executivo também adiantou suas perspectivas para o ano que vem, com incremento de 10% a 15% no volume de vendas: "Até 2025 esperamos que esse mercado gire em torno das 24 mil unidades, com momentos de pico para cima e para baixo, por causa das oscilações econômicas".
Para a região hispânica, que considera todos os países do México até a Argentina, excluindo o Brasil, a Volvo CE também revisou suas projeções para o ano, saindo de uma alta inicial de 10% para 80% até dezembro, após o crescimento de 93% desse mercado de janeiro a maio.
Bernardes, diretor da CNH Industrial, também projetou um cenário positivo até 2023 para o setor de máquinas agrícolas, com a manutenção do aquecimento do agronegócio, que deverá seguir com boas demandas no mercado externo, com forte procura da China, assim como bons preços praticados internamente, o que poderá refletir em maiores investimentos por máquinas e equipamentos nesse período.
Mas para acompanhar esse cenário positivo as fabricantes de máquinas terão alguns desafios, principalmente com a cadeia de fornecimento, como acontece com todo o setor automotivo, que desde o ano passado apresentou dificuldades para acompanhar a demanda: "É um cenário muito difícil, nunca vimos nada igual. O fornecimento de pneus, resinas, fundidos, bombas e aço está muito complicado. Temos máquinas que são produzidas e ficam aguardando os pneus ou algum outro componente chegarem para ser finalizadas".
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