São Paulo – Começa a ganhar musculatura no mercado brasileiro o segmento de veículos comerciais elétricos. Clientes encontram opções de BYD, JAC, FNM e Volkswagen Caminhões e Ônibus para incorporar veículos livres de emissões em sua frota, embora os preços ainda estejam bem acima dos concorrentes dotados de motor a combustão. Pesa a favor, porém, a pegada ambiental e o custo total de operação, por quilômetro rodado e manutenção.
O nacional VW e-Delivery, produzido em Resende, RJ, foi o mais recente lançamento do segmento. Antes mesmo de chegar ao mercado já tinha recebido intenção de compra de 1,6 mil unidades pela Ambev e outras vinte pela Coca-Cola Femsa. A JBS garantiu uma unidade, para testes internos, e em menos de um dia de vendas já foram negociadas mais quinze unidades.
A sua versão de entrada, de 11 toneladas com três packs de baterias, custa R$ 780 mil, enquanto a de 14 toneladas, com seis packs, é vendida por R$ 980 mil.
O e-Delivery era um dos lançamentos mais esperados do ano e certamente movimentará esse mercado. Não deve parar por aí: a VWCO pretende ampliar seu portfólio e, no futuro, também sairão das linhas da Resende outros dois caminhões elétricos e um ônibus, produzidos em parceria com os fornecedores instalados no e-Consórcio.
A JAC iniciou a pré-venda do caminhão iEV1200T e da picape iEV 330P em abril do ano passado e entregou as primeiras unidades em dezembro. Os dois modelos são dedicados à distribuição de bebidas, alimentos, remédios e à prestação de serviços. A autonomia dos veículos é de 200 e 150 quilômetros, respectivamente, e os preços são R$ 349,9 mil e R$ 289,9 mil. Ambos são importados da China.
Este ano a JAC ampliou sua oferta com o lançamento da van elétrica IEV750V, com as primeiras entregas previstas para este mês. O modelo tem capacidade de carga de 1,5 tonelada e autonomia de até 235 quilômetros, mas não sai por menos de R$ 387 mil.
A BYD também importa dois caminhões elétricos da China, o eT7 11.200 Delivery, dedicado a operações de distribuição urbana, por exemplo, e um maior, o eT8 21.250, que já é utilizado em algumas operações de coleta urbana de resíduos. No site da empresa também consta o furgão eT3, elétrico mais vendido do Brasil em junho.
A icônica FNM anunciou seu retorno ao mercado nacional no ano passado como fabricante de veículos elétricos. Atualmente usa a instalação da Agrale em Caxias do Sul, RS, para montar caminhões e vans elétricas. A empresa já possui encomenda de 1 mil unidades da Ambev.
A tecnologia retrofit elétrico para caminhões é ofertada pela Eletra, que possui um portfólio maior no segmento de ônibus, como o elétrico nacional e-Bus, com 200 quilômetros de autonomia. A empresa também comercializa ônibus com configurações híbridas e o já conhecido Trólebus.
A BYD vende seis chassis eletrificados: D7M, D9W, D9A, D9F, D11A e D11B, que podem ser usado nas mais diversas aplicações e já rodam em algumas cidades brasileiras. A VWCO planeja a entrada nesse segmento: segundo seu presidente, Roberto Cortes, este deve ser o próximo passo da companhia no ramo da eletrificação.
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