São Paulo – A Eaton começou a produzir nas linhas de Valinhos, SP, o sistema ORVR, sigla em inglês para sistema de recuperação de gases, que antes era importado. Ele reduz em até 98% as emissões evaporativas do tanque de combustível de veículos leves, que são feitas, normalmente, na hora do abastecimento.
A decisão de nacionalizar o sistema partiu da demanda esperada pela P8, a nova fase do Proconve, Programa de Controle de Emissões Veiculares: ela exigirá que 20% da produção de cada fabricante saia com este componente a partir de 2023, 60% em 2024 e 100% em 2025.
A Eaton é a primeira a produzir localmente o ORVR. Ele já é fornecido para algumas montadoras, segundo Marcos Janasi, diretor geral de automóveis e picapes: "A nossa produção ainda é pequena com relação à capacidade inicial que temos. Conforme a demanda aumentar, vamos realizar novos ciclos de investimento para acompanhar o ritmo do mercado até 2025, quando todos os veículos leves deverão estar equipados com o ORVR".
A adoção da tecnologia ORVR em todo o segmento leve a partir de 2025 mostra que o Brasil está acompanhando os principais mercados globais, como os Estados Unidos, que usa a tecnologia há mais de vinte anos, a China que aderiu em 2020 e a Europa que prevê o uso do sistema a partir do Euro 7, segundo a Eaton.
Todo o processo de nacionalização do componente foi realizado pelo time brasileiro de engenharia, com grande parte do processo de maneira digital em conexão com outras unidades – o planejamento inicial foi afetado com a chegada da pandemia da covid-19.
A nova linha é semiautomatizada, com os funcionários alimentando e as máquinas fazendo o resto do trabalho. Foi desenvolvida para poder produzir outros componentes no futuro, porque a Eaton quer avançar no segmento de veículos comerciais, com soluções para os tanque de diesel e ureia.
O terceiro passo será no segmento híbrido, onde também deverão surgir oportunidades no Brasil. A Eaton já possui conversas com algumas montadoras. Uma solução para isolar o combustível do sistema elétrico, ponto muto importante nos veículos híbridos, já foi desenvolvida pela empresa em outros mercados e poderá avançar por aqui.
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