São Paulo – Os funcionários da fábrica da General Motors de São Caetano do Sul, SP, entraram em greve na sexta-feira, 1°, depois de sete rodadas de negociação com a direção da empresa, segundo o sindicato. Os colaboradores rejeitaram por unanimidade a contraproposta salarial feita pela montadora.
Em nota a empresa infomou que "a General Motors está fazendo todos os esforços para chegar a um acordo que seja bom para ambas as partes. A empresa espera que a situação possa ser resolvida o quanto antes, com um acordo viável e sustentável, e que rapidamente as operações de nossa fábrica estejam totalmente normalizadas".
A decisão dos trabalhadores foi tomada na quarta-feira, 29, depois de ouvir a contraproposta da GM, que inclui reposição integral da inflação a ser aplicada aos salários em 1º de fevereiro de 2022, mais 50% do INPC do período, com aplicação em fevereiro de 2023, vale alimentação de R$ 350,00 a empregados com salários até R$ 4 mil 429 e a sua implementação em fevereiro de 2022 e abono de R$ 1 mil a ser pago em outubro de 2021.
Segundo o presidente do Sindicato do ABC, Aparecido Inácio da Silva, Cidão, essa contraproposta está aquém do que os trabalhadores reivindicam: "Não nos restou outra alternativa senão paralisarmos as atividades da empresa".
O sindicato propôs os seguintes reajustes: reposição salarial com base no INPC acumulado nos últimos doze meses, aumento real de 5%, piso salarial com correção pelo INPC de 2016 a 2021, vale alimentação de R$ 1 mil para os trabalhadores inseridos na grade nova e de R$ 500 para os demais, participação nos resultados, PR, de R$ 18 mil com antecipação de R$ 10 mil, adiantamento da metade do décimo-terceiro de 2022 para fevereiro de 2022. Há, também, a inclusão de cláusula sobre home office, pagamento de quinquênio de 5%, retorno do reajuste da grade salarial a cada seis meses e cesta de natal.
A greve começou poucos dias após da GM anunciar a retomada da produção em dois turnos na unidade de São Caetano do Sul e de Gravataí, RS. As linhas de produção no ABC já ficaram paradas mais de dois meses em 2021 por causa da falta de semicondutores e outros componentes.
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