São Paulo – A General Motors anunciou na quarta-feira, 22, o retorno do segundo turno nas fábricas de Gravataí, RS, e São Caetano do Sul, SP, para dobrar a capacidade de produção dos Chevrolet Onix, Onix Plus e Tracker. A unidade paulista retoma a produção em dois turnos em 27 de setembro e nas linhas gaúchas o retorno está previsto para 4 de outubro, segundo anunciou o novo presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, em sua primeira entrevista à imprensa após reassumir o cargo.
"Nós nos preparamos para este momento e faremos tudo o que está ao nosso alcance para atender à demanda dos clientes Chevrolet, ao mesmo tempo em que manteremos nosso foco na sustentabilidade do negócio na região. Este é um momento muito importante para funcionários, sindicatos, fornecedores, concessionários e consumidores."
Segundo ele os problemas de fornecimento de semicondutores e outros componentes ainda existem, mas a companhia "está trabalhando muito forte" para administrar a volatilidade ainda existente no abastecimento: “Estamos fazendo um trabalho muito grande para redesenhar nossa manufatura e a cadeia logística de suprimentos, de forma a conseguirmos depender menos de poucos fornecedores que estão concentrados hoje principalmente na Ásia”.
O novo presidente da GM, que já ocupou esse mesmo cargo há cinco anos, ainda está em Detroit, Michigan, nos Estados Unidos, cidade de onde conversou com a imprensa brasileira por videoconferência. O colombiano está em processo de mudança para o Brasil e informou que estará de volta definitivamente no início de outubro. Formado em economia Santiago Chamorro está assumindo o posto de presidente da General Motors América do Sul no lugar de Carlos Zarlenga, que a deixou no fim de agosto. E chegou dando mostras que conduzirá os rumos da companhia com outro tipo de visão: afirmou acreditar nos fundamentos tanto da General Motors como dos países onde a empresa atua na região.
“Temos uma boa base em toda a região, tanto em termos industriais como de produtos e de mercado. Além disso temos relações de parceria muito fortes com nossos fornecedores e com nossos concessionários. O que temos que fazer a partir de agora é trabalhar muito para tornar nossos negócios cada vez mais autossustentáveis na região. Isto é importantíssimo para o futuro.”
Ainda com relação ao futuro do mercado, só que agora de curto prazo, Chamorro disse acreditar em boas possibilidades de crescimento em toda a região latino-americana em 2022, que será puxado principalmente pela demanda brasileira, que está, no seu ponto de vista, represada: “Trabalhamos com projeção de mercado de 4,4 milhões de unidades na América Latina no ano que vem, dos quais cerca de 2,9 milhões somente no Brasil. E mesmo com a pressão inflacionária e a alta dos juros que estamos assistindo acredito que, passado o isolamento de forma mais definitiva, as pessoas desejarão comprar muitas coisas e uma delas é o automóvel”.
O executivo aproveitou e reconfirmou os investimentos que estão acontecendo na região. São R$ 10 bilhões destinados ao desenvolvimento de novos produtos, como a nova Montana, e a modernização das fábricas no Estado de São Paulo: "Esses investimentos alavancarão nosso plano de crescimento para os próximos anos no Brasil e na América do Sul, com novas tecnologias e produtos que contribuirão para melhorar a rentabilidade e garantir um futuro sustentável para o negócio".
Com relação à eletrificação automotiva Chamorro ressaltou a planificação da General Motors, em todo o mundo, de buscar emissões e acidentes zero no futuro: “Teremos trinta novos lançamentos elétricos até 2025. Nos países onde o mercado é mais maduro estamos realizando muitos esforços para convencer os nossos clientes a conhecer esta nossa nova filosofia e nossos produtos. E temos que fazer isto também no Brasil nos próximos anos”.
Com o aumento da produção em São Caetano do Sul e em Gravataí todas as fábricas da GM no Brasil passam a operar em dois turnos. São José dos Campos, SP, onde é produzida a S10 e a Trailblazer, trabalha em ritmo acelerado desde maio "para atender à crescente demanda pela picape, que alcançou a liderança no segmento em agosto, impulsionada sobretudo pelo bom momento que atravessa o agronegócio".
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