São Paulo – Uma grande transformação está sendo promovida na fábrica da General Motors de São Caetano do Sul, SP, para a produção da nova geração da picape Chevrolet Montana. As paradas na produção neste ano, ocasionadas pelo descompasso da cadeia de fornecimento e pela escassez de componentes como os semicondutores, foram usadas pela companhia para atualizar algumas áreas, como o body shop, o manuseio e a pintura.
As modernizações fazem parte do investimento de R$ 10 bilhões anunciado para as fábricas paulistas até 2025. Segundo Dennys Pimenta, diretor de engenharia de manufatura em sistemas de carrocerias, o body shop recebeu novos robôs, máquinas e equipamentos – lá, grande parte do processo da nova geração da picape já foi instalado:
“Começaremos com os testes com peças nos próximos dias e estamos nos preparando para, ainda em ambiente fechado, ver em breve as primeiras unidades do veículo".
A área recebeu uma nova linha de prensas, a High Speed, que será a mais produtiva da GM nas Américas: tem capacidade para produzir até 30 mil peças por dia, o dobro de uma convencional. Para instalar a nova linha, que ocupará o comprimento de quase um quarteirão, a GM precisou abrir um buraco de 7 metros de profundidade e 12 metros de largura.
Para gerar maior capacidade produtiva a High Speed possui tecnologia de trabalho sincronizado, formada por martelos independentes para cada processo. Mesmo produzindo mais a nova linha consumirá 55% menos energia e, durante sua operação, o nível de ruídos também será menor.
A área de estruturação, também ligada à de body shop, já recebeu grande parte dos 265 robôs que serão instalados e elevarão para 98% o nível de automação. Essas mudanças trarão maior produtividade e menor consumo de energia, assim como ajudarão na redução de custos, ponto sempre monitorado pela GM: "Mais automação nos leva cada vez mais para a indústria 4.0, o que é fundamental para nos mantermos atualizados nesse mercado".
A equipe da área de manuseio também adotará novas tecnologias em sua operação, com o uso de ATUs, pequenos reboques autônomos, que serão usados na fábrica e se locomoverão em rotas traçadas no chão. Esse projeto foi desenvolvido dentro da unidade de São Caetano do Sul, com tecnologia nacional.
Outro avanço no manuseio foi dedicado aos operadores responsáveis pelos motores que vão para linha: antes eles usavam a força física para movimentar os componentes, mas agora a GM adotou manipuladores com tecnologia que permite ao funcionário colocar e movimentar o motor sem precisar de força física.
A modernização em São Caetano do Sul também chegou à área de pintura, que receberá novos robôs e terá dobrado seu nível de automação, para 94%, permitindo a aplicação mais homogênea da tinta, o que traz ganhos para o produto final. O pré-tratamento da carroceria para pintura foi aprimorado, para ter maior resistência à corrosão, e o consumo de gás natural, ali, também será 47% menor, pois a intenção desse investimento é reduzir o consumo onde for possível e tornar a fábrica mais sustentável.
Os postos de trabalho também foram melhorados visando à melhor ergonomia para os colaboradores.
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