São Paulo — O Chile apresentou sua visão de descarbonização dos veículos durante o 4º Congresso Latino-Americano de Negócios, realizado de forma online por AutoData até a sexta-feira, 19. Diego Mendoza Benavente, secretário geral da Anac, Associação Nacional Automotiva do Chile, disse que a tendência é de um avanço dos veículos elétricos e híbridos no segmento leve, começando pelos híbridos, como deverá acontecer também em outros mercados da região.
Atualmente a maior demanda dos consumidores é por veículos híbridos, desde os equipados com baterias de 48V, chamados de mild-hybrid, até os plug-in. Os elétricos ainda avançam de maneira mais lenta, por causa do preço maior, da falta de incentivos diretos para compra desse tipo de veículo e da questão da infraestrutura de recarga.
Segundo o secretário geral, com a expectativa de avanço dos veículos elétricos a médio e longo prazo, o Chile avançará na geração de energia limpa, com investimento de R$ 23 bilhões das geradoras de energia instaladas no País: “A partir de 2024 oito geradoras de energia termoelétricas terão que encerrar esse tipo de operação, sendo essa a primeira etapa em busca de energias limpas. Ao mesmo tempo estarão investindo para gerar energia sem emissão de carbono, como solar e eólica”.
Os investimentos também miram o desenvolvimento de hidrogênio verde, combustível que deverá ser usados pelos caminhões pesados no país a médio prazo, diferentemente do Brasil, que busca a exploração do gás natural para esse tipo de operação, com menor emissão de CO2. Esse é um dos grandes desafios citados por Benavente, pois 97% desses veículos hoje utilizam diesel ou gasolina.
Para o transporte público urbano o Chile já tomou sua decisão: ônibus elétrico. Na Capital, Santiago, serão inseridos mais de 1 mil veículos elétricos até dezembro, fazendo com que a frota chilena nesse segmento seja a segunda maior do mundo, atrás apenas da China. Benavente revelou que neste caso há participação do governo na compra dos ônibus elétricos, com expectativa de avanço para outras regiões a curto prazo.
Esses veículos serão importados da China, que possui a indústria mais avançada no desenvolvimento desse tipo de veículo, assim como de baterias, de acordo com o executivo.
De janeiro a julho a venda de veículos leves eletrificados chegou a 3,7 mil unidades, avanço de 156% na comparação com igual período do ano passado, de acordo com os dados mensais divulgados pela Anac.