De acordo com a Anfavea setor começa a voltar ao patamar de normalidade, uma vez que em janeiro de 2023 boa parte das vendas era de unidades Euro 5
São Paulo – A indústria fabricante de caminhões parece ter deixado para trás os dias difíceis que a acompanharam no ano passado. Ao menos os números do primeiro mês de 2024 demonstram isto: a produção do segmento praticamente dobrou, ao avançar 96,1% e atingir 7,9 mil unidades, em comparação a janeiro de 2023, quando haviam saído das linhas 4 mil.
Os dados foram divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 8. Esta diferença expressiva se justifica porque no primeiro mês de 2023 as montadoras estavam preparando suas linhas para iniciar a produção de caminhões Euro 6, que engrenou a partir de fevereiro.
Os emplacamentos de 8,2 mil caminhões em janeiro, por outro lado, estão 21,4% aquém do volume comercializado no mesmo mês no ano passado, 10,5 mil unidades. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, garantiu que este recuo, porém, já era aguardado, e afirmou que os números indicam que o setor começou a voltar ao patamar da normalidade.
“Trata-se de uma queda normal porque em janeiro de 2023 nós tivemos expressivo emplacamento de veículos Euro 5. Agora não temos mais este impacto.”
Embora o volume licenciado ainda esteja abaixo de 2022, que contou com 8,7 mil emplacamentos, em uma época em que não havia o fator extraordinário da mudança da motorização e dos preços dos veículos, o patamar está acima de todos os anos anteriores até 2015.
De acordo com Vinicius Pereira, economista da Anfavea, outro indício que ilustra a retomada à normalidade é o porcentual de caminhões fabricados e emplacados em janeiro de 2024, de 2,8% pois, “embora ainda seja um período curto para ser analisado, a média histórica é de 2,2% e a diferença com janeiro de 2023 é de apenas 0,1%”.
A indústria de caminhões viveu em 2023 um dos seus anos mais difíceis, com a mudança da motorização para Euro 6 em meio a cenário de juros elevados e crédito escasso. A produção encolheu 37,8%, totalizando 100,5 mil unidades, e os emplacamentos caíram 14,7%, para 108 mil unidades.
As exportações, que haviam recuado 32,9% em 2023, somando 16,9 mil caminhões, no primeiro mês de 2024 mantiveram o ritmo que ditou o ano passado. Foram enviados a outros países 625 unidades, 39,1% a menos do que um ano atrás e 42,4% abaixo de dezembro.