EXCLUSIVO PARA ASSINANTES: Hoje 21% do chão de fábrica é formado por mulheres e, ao todo, na montadora, o porcentual chega a 23,6% dos 2,8 mil funcionários
São Paulo – A participação feminina na Nissan vem crescendo ano a ano. Em 2023 mulheres formavam 20% do efetivo e, este ano, 23,6% dos 2,8 mil funcionários, 660 profissionais. No chão de fábrica dos 2 mil 148 operários 21% são mulheres — no ano passado eram 15%. Em 2021, para se ter ideia, eram 9,6% do total, ou seja, de lá para cá a representatividade dobrou.
Nos escritórios o porcentual é mais expressivo: 36,6% dos 652 funcionários são do sexo feminino ante 36% em 2023. Três anos atrás eram 32,9%. O ano 2021 é utilizado como referência porque foi quando a montadora, com a intenção de fomentar a presença delas em sua operação, aderiu aos chamados WEP’s, princípios de empoderamento das mulheres, da ONU, Organização das Nações Unidas, Mulheres e o Pacto Global das Nações Unidas.
Os dados foram apresentados pela empresa durante o evento Nissan Mulheres 2024, cujo objetivo foi debater a presença feminina no mercado de trabalho, em especial no setor automotivo, majoritariamente masculino, e na sociedade como um todo.
O presidente da Nissan do Brasil, Gonzalo Ibarzábal, ressaltou a importância de incentivar o ingresso de mulheres no setor desde o início de suas carreiras, a fim de que elas se tornem líderes futuramente. No programa de estágio aberto este ano 52% dos 128 estudantes aprovados foram do gênero feminino e, nos jovens aprendizes 49% de 111.
“Hoje 20% das líderes da Nissan são mulheres, 14% de nossas funcionárias ocupam cargo de gestão e 65% das mulheres foram promovidas no último ano”, afirmou o executivo. Para seguir ampliando estes índices a cada três meses as ações para incentivar esse movimento são revistas. “Avaliamos periodicamente o que podemos fazer diferente, como podemos melhorar para que elas estejam cada vez mais presentes em posições de liderança. Muitos talentos femininos acabam indo embora do País e queremos mudar esse cenário ao valorizá-los e retê-los na companhia.”
Dentre as ações consolidadas destacam-se o plano de sucessão com foco em mulheres, programas de mentoria e preparação de funcionárias, revisão anual de salários a fim de garantir remuneração igualitária de gêneros e equilíbrio de vida profissional e pessoal com a disseminação do modelo híbrido de trabalho.
Eloise Brillo, responsável pela área de diversidade, equidade e inclusão da Nissan América do Sul, contou que algumas políticas e procedimentos de benefícios foram adotados não só no País como também nas unidades de Argentina, Chile e Peru: “Nós praticamente triplicamos a licença-paternidade. No Brasil o benefício já fazia parte da Empresa Legal. Mas agora conseguimos discutir sobre licença parental”.
A ideia é que o papel de cuidador responsável pela criança seja o centro, independentemente se for homem ou mulher, que vivencie maternidade, paternidade, reprodução assistida e adoção, assim como auxílio creche aos que têm a guarda dos filhos.
Iniciativa que extrapola os muros da fábrica que, segundo Brillo, contou com o apoio incondicional de Ibarzábal, foi a elaboração de cartilha racial infantil que visa promover a inclusão e combater o racismo em linguagem infantil. O material foi distribuído em escolas públicas de Resende, RJ, onde está a fábrica da companhia.
O passo seguinte, de acordo com a executiva, será levar o conceito de diversidade às concessionárias – os profissionais da rede não são funcionários da Nissan. Recentemente foi lançado manifesto de diversidade que está em todas as revendas: “Queremos que estes valores estejam em tudo o que é relacionado à companhia, em tudo o que fazemos. É o nosso compromisso”.