Andy Zhang, presidente do Brasil e México, contou os planos da empresa no Congresso Megatendências
São Paulo – Em meio a tensões das guerra tarifárias Andy Zhang, presidente da GWM Brasil e México, reforçou os planos da empresa para o Brasil. Durante o Congresso AutoData Megatendências 2025 o executivo confirmou que o início do processo de produção da fábrica de Iracemápolis, SP, está agendado para o primeiro semestre, com capacidade instalada inicial de 30 mil veículos por ano, chegando a 50 mil unidades.
Mas o início da produção não significa a chegada dos carros nacionais às concessionárias: de acordo com Zhang a cerimônia de inauguração e os primeiros protótipos saindo da linha de montagem estão marcados para o primeiro semestre, mas ainda em fase de pré-produção. No terceiro trimestre chegam os veículos finais, aqueles que serão enviados às concessionárias.
O total de trabalhadores chegará aos oitocentos até o fim do ano. Somado a isto são mais de cem fornecedores locais cadastrados, incluindo de baterias para híbridos. A meta de conteúdo nacional é de 60%, mas haverá um escalonamento.
Os primeiros modelos que serão fabricados são os da linha Haval H6. Todas as versões do SUV serão produzidas no País, incluindo os HEV2, PHEV19, PHEV 34 e GT, todos híbridos. Para iniciar a produção o mais rápido possível os utilitários serão lançados com motores a combustão movidos a gasolina: os híbridos flex serão lançados em 2026.
“Nós produziremos no Brasil uma tecnologia híbrida no estado da arte dentre as disponíveis globalmente, indo do híbrido puro ao GT plug-in híbrido, com uma autonomia elétrica de 170 quilômetros”.
Fotos: Patrícia Caggegi.
A localização da produção do Haval é uma aposta segura na opinião de Zhang, porque foram vendidas mais de 9,5 milhões de unidades do SUV desde o seu lançamento. Na China a linha é líder de mercado há onze anos consecutivos. É um volume que ganha contornos mais expressivos ao analisarmos o total de carros GMW vendidos historicamente: “Após 41 anos de desenvolvimento a GWM ganhou a confiança de 15 milhões de usuários ao redor do mundo”.
A linha de produção não será dedicada apenas aos Haval pois a picape média Poer também está confirmada: sua chegada pode ser no fim do ano ou no início do ano que vem, ainda a confirmar. É outra jogada segura, uma vez que o segmento é um dos mais aquecidos, disse o presidente: “As picapes da GWM venderam mais de 2,7 milhões de unidades globalmente, mantendo a liderança, tanto em vendas quanto exportações, por 27 anos consecutivos”.
Zhang lembrou da trajetória da empresa até os dias atuais: “A GWM foi fundada em 1984 e, ao longo dos anos, cresceu de uma companhia pequena com sessenta funcionários para uma corporação global com 90 mil empregados no mundo todo”.
O executivo ainda reforçou que as “vendas anuais cresceram de apenas 1 mil unidades para mais de 1 milhão, enquanto a receita chegou aos US$ 27,9 bilhões”.
Uma das razões do crescimento rápido estaria no investimento maciço em pesquisa e desenvolvimento, segundo Zhang: “Nós investimos US$ 1,4 bilhão em pesquisa e desenvolvimento, com 30% da nossa força de trabalho dedicada a isso. Nós temos centros de P&D em sete países, incluindo o Estados Unidos, Japão e Alemanha”.
O Brasil será o próximo país a receber seu centro, no mesmo terreno da fábrica paulista.