São Paulo – A Scania celebra 63 anos de Brasil em julho e, neste que é o período mais crítico da história da indústria automotiva nacional, busca maneiras de sair da crise “mais ágil, leve e eficiente”, segundo o presidente Christopher Podgorski. O executivo participou do Seminário AutoData Megatendências do Setor Automotivo – a Revisão das Perspectivas 2020, na sexta-feira, 3.
Antes de qualquer coisa, disse, a empresa tratou de criar meios para retomar as atividades na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, em marcha há dez semanas: “O quadro de pessoal que operava em um turno foi dividido em dois para criar distanciamento”, disse o presidente, que afirmou retornar às atividades presenciais na fábrica em 13 de julho com aval médico.
A respeito da produção da unidade do ABC Paulista o executivo disse que durante o período de isolamento houve importante movimentação no segmento de peças e serviços e algum volume de exportação de ônibus para Colômbia e Argentina, por exemplo. O conjunto ajudou a empresa a reforçar o seu caixa para tocar a operação no período.
“No momento não enfrentamos nenhum problema com liquidez”, disse Podgorski. “Vendas de peças e serviços mantiveram um bom nível, e também articulamos algumas soluções financeiras com a casa matriz.”
A empresa, que já destinou parte de sua produção para mais de vinte países, hoje exporta para dez, dada a retração provocada no mercado externo pela pandemia da covid-19. Saem das linhas de São Bernardo do Campo modelos globais de veículos, o que torna a unidade, dentro da liturgia produtiva da Scania, uma plataforma exportadora. Como a demanda externa diminuiu a empresa se vê diante de um mercado, segundo o executivo, com oportunidades importantes na vertical do agronegócio – que nos últimos anos tem puxado as vendas de caminhões pesados e semipesados.
Para Podgorski a demanda do agronegócio no mercado interno e exportações pontuais criam uma espécie de equilíbrio na operação da empresa no País: ele usou o quadro como argumento para manutenção dos empregos. No mês passado a matriz informou o mercado sobre sua decisão de promover ajustes em suas subsidiárias no mundo.
Sobre o assunto o presidente da empresa não confirmou, nem descartou, redução do quadro da fábrica de São Bernardo do Campo na esteira da diretriz global da companhia: “Estamos buscando maneiras de sermos mais ágeis e eficientes. Demitir seria uma última medida dentro desse contexto”.
Foto: Reprodução.