São Paulo – Passada a fase, esperamos, mais aguda da pandemia e dos seus reflexos na economia e produção automotiva, são claros, segundo Antonio Filosa, presidente da FCA América Latina, os sinais de inflexão da curva negativa do mercado. O executivo, que palestrou na quinta-feira, 3, no 2º Congresso de Negócios da Indústria Automotiva Latino-Americana, foi mais um a projetar para 2023 o retorno dos níveis de mercado de 2019 no Brasil e na América Latina, dois anos antes do que estava sendo estimado pelas lideranças do setor. E deixou um recado: “O pessimismo é um sentimento que deve ficar no passado”.
No ano passado os latino-americanos consumiram 4,3 milhões de veículos, 100 mil a menos do que um ano antes. “Não foi um ano excepcional. Basicamente o Brasil puxou os volumes, ao passo que a Argentina rebaixou os números”.
A FCA projeta que a região fechará o ano com 2,9 milhões de unidades vendidas, 1,9 milhão delas no Brasil. Para 2021 a expectativa é de crescer cerca de 20%, para 3,5 milhões, voltando ao patamar de 4 milhões em 2022 e aos níveis de 2019 um ano depois.
Neste contexto os SUVs seguirão ganhando espaço na preferência dos latinos. Em 2022 representarão 30% das vendas de veículos novos, atrás apenas dos hatches, com 31%. Sedãs deverão responder por 17% do mercado, enquanto picapes 15% e vans 3%, de acordo com projeções da companhia.
“Por isso é natural a oferta de SUVs crescer. Hoje temos 112 modelos diferentes na região”.
É tendência crescer, também, a quantidade de peças e componentes locais nos modelos produzidos em Betim, MG, Goiana, PE, e Córdoba, na Argentina. Segundo Filosa a pressão cambial aliada a demandas tecnológicas, integração das montadoras com fornecedores e racionalização logística são fatores que justificam essa necessidade.
O executivo citou alguns itens em que enxerga possibilidades de maior conteúdo local: algumas especificações de aço, plásticos em geral e componentes eletrônicos – se não tudo, boa parte.
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