São Paulo — A indústria automotiva está diante de um novo mercado e de novos comportamentos de consumo neste momento de retomada da produção e das vendas de veículos. Segundo Wladimir Molinari, diretor da Route Automotive, modificações ocorreram nesses cinco meses de pandemia e vieram para ficar.
Ele disse, na sexta-feira, 4, durante o 2º Congresso de Negócios da Indústria Automotiva Latino-Americana, organizado pela AutoData Editora, que "surgiram novos fatores de decisão de compra, como aspectos ligados à saúde e à comodidade da compra".
Estudo realizado pela empresa na América do Sul concluiu que a preocupação com saúde e a contaminação deve continuar como prioridade para os consumidores O cenário, disse Molinari, é estratégico porque as demandas por veículos tendem a se manter em alta nos maiores mercados do mundo em termos de volume, um movimento explicado pelo consultor como reação do consumidor à presença do vírus — no cenário traçado, o automóvel surge como melhor alternativa à mobilidade, em detrimento do transporte público.
Esta suposta volta dos olhares aos automóveis chegará para reverter um quadro que ganhava corpo antes da pandemia, que era o da diminuição do interesse do consumidor pela propriedade do veículo e pela consequente opção pelo veículo compartilhado, locação ou assinatura. Dados da pesquisa apresentada pelo diretor da Route Automotive mostraram que aquisição de veículo é uma das três preferências de compra de jovens da América do Sul de 18 a 24 anos, atrás de investimentos e quitação de dívidas.
O cenário pintado pelos dados mostram ambiente favorável às vendas de veículos. Mas há porém: "As empresas precisam estar atentas aos novos interesses dos consumidores, tanto em desenho de produto e preço, no caso das montadoras e do varejo, quanto nos canais de vendas, que deverão ser mais digitais".
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