São Paulo — A Volkswagen Caminhões e Ônibus quer depender menos do Brasil e dedica seus esforços na busca por novos mercados, uma forma, segundo o presidente Roberto Cortes, de proteger suas operações das oscilações recorrentes no País.
A empresa tem forte perfil exportador, atendendo a mercados na América Latina e na África do Sul com a produção da fábrica de Resende, RJ. Ainda assim, disse o executivo na sexta-feira, 4, no 2º Congresso de Negócios da Indústria Automotiva Latino-Americana, organizado pela AutoData Editora, é preciso intensificar os esforços no Exterior.
"A política cambial favorece esta iniciativa no momento e precisamos aproveitar. Mas apenas as empresas não resolvem as equações que precisam de solução para que as exportações sejam ainda melhores."
Ele citou como os desafios a descontinuidade do Reintegra, as perdas logísticas que ocorrem por infraestrutura deficitária, falta de linhas de financiamento para exportadores e, por fim, os poucos acordos comerciais que o Brasil mantém globalmente.
A respeito do mercado interno Cortes considerou positivo o comportamento de crescimento em Nike apresentado de abril a agosto, em alusão ao logotipo da marca de vestuário estadunidense. Mas ressaltou que é preciso, no entanto, entender o que está acontecendo para justificar o gráfico apontando para cima:
"É por isso que ninguém ainda se arrisca a fazer projeções. O mercado cresceu, e isso é bom, mas por outro lado o que, de fato, houve? Foram vendas represadas? Frotistas antenciparam compras com medo de eventuais aumentos de preços? O PIB por si só não justifica esse crescimento".
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