São Paulo – Com a chegada de dezembro crescem as expectativas em torno do destino que as pessoas darão ao décimo-terceiro salário, recurso que historicamente motiva fabricantes e concessionários a criarem promoções e descontos nas compras de veículos. Pesquisa recente realizada pela Webmotors mostrou que há interesse nesse tipo de investimento, sobretudo no segmento de veículos seminovos.
A empresa entrevistou uma base formada por mais de 3,6 mil usuários. 32% desse contingente afirmou, na pesquisa, que pretende utilizar o recurso para compra de bens. A opção supera outras transações, como investir no mercado financeiro, pagar contas ou quitar dívidas, por exemplo.
Quando questionados sobre a aquisição de um veículo com a aplicação do décimo-terceiro salário, 42% dos entrevistados afirmou que compraria um veículo com este dinheiro. Fatia de 29% dos entrevistados afirmou que trocaria de veículo e outros 29%, por outro lado, afirmaram que não investiriam em veículos.
Os dados da pesquisa sugerem que aqueles interessados em comprar um veículo neste momento, utilizando como aporte o décimo-terceiro salário como capital inicial buscam veículo seminovo. Isso porque 44% dos entrevistados afirmaram que entrariam em compromisso financeiro de até R$ 30 mil.
O valor indica a compra de um seminovo, uma vez que no mercado brasileiro, hoje, inexistem modelos zero quilômetro nesta faixa de preço. 34% dos entrevistados, no entanto, desejam comprar veículos com preço até R$ 60 mil. 11% do total, por sua vez, mira a compra de veículos cujo preço chega até R$ 90 mil.
"Dados mostram essa mudança do consumidor. Em momentos de crise já vimos que a busca por seminovos é maior em detrimento aos veículos novos. Há uma busca do consumidor por meio de transporte como uma alternativa mais segura ao transporte público em termos sanitários. Quem não considerava o uso cotidiano do carro, volta neste momento a cogitar a possibilidade e o preço acaba sendo um fator importante", disse Rafael Constantinou, diretor de marketing.
Sobre as razões que motivariam a compra de um veículo, a maioria indicou renovação como fator determinante. 37% dos entrevistados afirmaram que o atual veículo está desatualizado e, portanto, há interessa na compra de um mais novo. 29% afirmou que não possui veículo e 15% afirmou que intenção faz parte de movimento anual de renovação.
A modalidade de negócio preferida pela maioria dos entrevistados, 53% deles, é o financiamento parcial do valor do veículo desejado, o que era de se esperar uma vez que o parcelamento é a forma mais utilizada pelos brasileiros na compra de um veículo.
Os financiamentos de veículos caíram na comparação com 2019, um dos reflexos da pandemia que, dentre outras coisas, levou os consumidores a terem cautela nas compras e nos compromissos financeiros de médio e longo prazos. Dados da B3 mostraram que até outubro os financiamentos de veículos recuaram 13% na comparação com o resultado obtido de janeiro a outubro de 2019. Ao todo foram financiados 1,4 mil veículos novos.
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