São Paulo — Ao traçar suas projeções para 2021 a Anfavea havia considerado uma série de problemas que poderiam afetar o Brasil e a indústria automotiva: a falta de controle da pandemia, questões logísticas e falta de insumos, por exemplo. O cenário esperado tornou-se realidade no primeiro bimestre, segundo o presidente Luiz Carlos Moraes, que participou do seminário Megatendências 2021, promovido pela AutoData Editora na tarde da segunda-feira, 8.
"Infelizmente todas as nossas preocupações se confirmaram no começo do ano. Nunca subestimamos a pandemia, que acabou avançando".
O executivo defendeu a aceleração da vacinação em massa no País, usando como exemplo a China, Estados Unidos e Inglaterra, países que possuem planos ambiciosos de imunização da população, para que o Brasil não precise enfrentar problemas ainda maiores na saúde e na economia: "Temos dificuldades para explicar para as matrizes o que está acontecendo no Brasil. Junto com os problemas econômicos temos a questão da pandemia e fica difícil apresentar esse cenário. Mas é hora de atacar o problema, não de fugir".
A dificuldade com insumos e componentes também se tornou um problema real, impactando as linhas de produção das montadoras e pode afetar as projeções da Anfavea para o ano. Neste instante as montadoras estão trabalhando para superar esses entraves, mas paralisações poderão acontecer durante o mês de março: "Todos os dias as equipes de compra e logística das empresas possuem uma nova lista de componentes que podem faltar e, com isso, gerar pequenas paralisações de um ou dois dias na produção. Eles estão fazendo um grande trabalho para que isso não aconteça".
Os problemas atuais se juntam os velhos conhecidos como carga tributária, insegurança jurídica e alto custo para o financiamento de veículos, tudo o que dificulta a competitividade do País a médio e longo prazo e que pode refletir nos investimentos futuros, segundo Moraes. Ele lembrou que os executivos da indústria trabalham para trazer novos aportes para a sua operação local, mas novos investimentos dependem diretamente da resolução das questões ligadas ao custo Brasil.
Foto: Reprodução.