São Paulo — O preço das commodities e a regulamentação de emissões veiculares são os fatores comuns que preocupam fabricantes de autopeças instaladas em países como Argentina, Índia, Estados Unidos e México em 2021. Presidentes de entidades que representam as empresas produtoras de autopeças nesses países participaram do 2ª Encontro da Indústria de Autopeças, evento organizado pelo Sindipeças e realizado na segunda-feira, 5, por meio online.
Para Bill Long, presidente da Mema, dos Estados Unidos, as empresas lá instaladas observam com atenção as direções que serão tomadas pelos principais mercados globais em termos de emissões: "Na China está claro que o caminho é a eletrificação e na Europa ainda estão decidindo. Observar isso é importante porque balizará o desenvolvimento de novos produtos e, principalmente, o investimento necessário nas linhas".
Oscar Albin, presidente da Ina, do México, seguiu a linha de raciocínio: "O México atende a diversos mercados com autopeças. Uma vez consolidadas as regulamentações ficará mais claro para a indústria os caminhos a seguir. Veículos elétricos e a combustão demandam peças diferentes e quantidades diferentes por unidade".
O aumento do preço dos insumos, sobretudo o do aço, preocupa a indústria de autopeças da Argentina, que hoje se vê em meio a uma série de investimentos sendo realizados por montadoras para a produção de novos modelos de veículos comerciais. De acordo com Raúl Amil, presidente da Afac, "a capacidade produtiva deverá aumentar em momento em que há evidente gargalo de materiais e na logística, um cenário desafiador para a nossa indústria nacional, que contribui para que os veículos argentinos tenham forte conteúdo local".
Vinnie Mehta, diretor geral da Acma, associação das fabricantes da Índia, falou sobre a questão da falta de contêineres no mundo, um dos efeitos da pandemia que deverá prejudicar o fluxo de mercadorias no mundo este ano:
"A Índia vive crescimento do PIB, cerca de 11% sobre 2020, e boa parte disso refletirá em toda a cadeia de veículos que tem forte perfil exportador, que deverá busca formas alternativas de escoamento".
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