São Paulo – Embora mais de 90% das exportações brasileiras tenham como destino países da América Latina menos de 10% dos veículos consumidos na região, com exceção da Argentina, são produzidos no Brasil. Os dados foram apresentados pela Anfavea no primeiro dia do 3º Congresso Latino-Americano de Negócios da Indústria Automotiva, organizado pela AutoData Editora de 16 a 20 de agosto, em ambiente virtual.
Na Argentina os veículos leves produzidos em fábricas brasileiras representam metade das vendas, de acordo com a Anfavea. Para o presidente Luiz Carlos Moraes é preciso melhorar a competitividade do produto nacional frente aos concorrentes de outras regiões e estabelecer maior integração com os países do bloco. "Somos irrelevantes em volume exportado para o resto do mundo”.
Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, concordou com Moraes: “Precisamos de maior integração. Uma produção com foco no consumo região poderia abrir mais oportunidades no resto do mundo”.
Os participantes do painel, que contou ainda com a presença de Daniel Herrero, presidente da Adefa, que representa as empresas fabricantes de veículos argentinas, e Raúl Amil, presidente da Afac, representante do setor de autopeças, concordaram que há necessidade de mais integração. Anfavea e Adefa vão além: essa integração, além de produtiva, precisa estar estabelecida no espaço normativo, para reduzir a quantidade de especificidades para cada mercado e ajudar a desenvolver uma cadeia de fornecedores regional mais forte.
O etanol, por exemplo, é visto com bons olhos por Herrero, da Adefa: “É uma alternativa enquanto não chega a infraestrutura para a eletrificação, ou para alguma outra tecnologia com baixa emissão de carbono”.
Amil, da Afac, chamou a atenção também para o processo de transformação da eletrificação: “Os mercados relevantes estão acelerando o processo e investindo quantias significativas para reduzir os prazos. Isso chegará como uma grande onda por aqui”.
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