Importação de veículos usados ainda é problema em alguns países

São Paulo – A importação de veículos usados em alguns países da América Latina traz uma série de problemas para o setor automotivo da região. Modelos 0 KM acabam competindo com veículos que chegam sem procedência, muitas vezes em péssimo estado de conservação, até descartados para uso em outros países e com componentes modificados, relatou Alejandro Saubidet, presidente da Aladda, Associação Latino-Americana de Distribuidores de Veículos, que participou  do primeiro dia do 3º Congresso de Negócios da Indústria Automotiva Latino-Americana, realizado pela AutoData Editora, de forma online, até a sexta-feira, 20:

"Esse procedimento afeta, também, o setor nos países que não autorizam a importação, porque esses veículos acabam avançando pelas estradas e fazendo parte do mercado, tornando-se um problema para todos". 

Ele disse que esses veículos, de idade avançada, além de competirem com os que seguem todas as normas regulatórias geram problema ambiental para a região, um risco no trânsito por não oferecerem nenhum tipo de garantia de que seus componentes estejam funcionando corretamente, junto com as modificações que são realizadas. 

Em 2020 o México importou 124,3 mil veículos usados, 13% do total de novos vendidos, sendo que de 2005 a 2020 entraram no país 8,6 milhões de unidades, com idade média de 14 anos para leves e de 18 anos para pesados. 

No Paraguai a importação em 2020 somou 23 mil unidades, e deverá chegar a 25 mil em 2021, com idade média de 18 anos. Na Bolívia o cenário é parecido, de acordo com Saubidet, que citou os três países como os maiores importadores de usados. 

A exemplo do que aconteceu no Peru, onde a intervenção da Aladda e suas negociações com entidades locais e o governo encerraram a importação de usados, existe um trabalho no Paraguai sendo realizado pelas embaixadas do Brasil e da Argentina junto às autoridades locais para tentar encerrar esse tipo de importações.

No México também já existem negociações para resolver essa questão mas uma série de entraves políticos ligados ao tema dificultam o seu avanço. 

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