São Paulo — Ao contrário da maioria dos países da América Latina a Colômbia oferece políticas públicas para incentivar o uso de veículos elétricos e híbridos desde 2009, dentro de um trabalho realizado pela Andemos, Associação Nacional de Mobilidade Sustentável, junto com o governo local. Rodrigo Anjel, diretor técnico da entidade, revelou parte da estratégia durante o 3º Congresso Latino-Americano de Negócios da Indústria Automotiva, realizado pela AutoData Editora, de forma online, até a sexta-feira, 20:
"Foi um grande trabalho realizado nos últimos anos, conversando com o governo local que, mesmo com as mudanças, entende que os veículos elétricos e híbridos são importantes e ajudam a reduzir a contaminação do ar, um problema que temos na Colômbia".
Atualmente os modelos elétricos e híbridos pagam um IVA de 5%, enquanto os veículos com motor a combustão pagam 19%. O imposto de importação é zerado para esses veículos, porém os híbridos possuem limitação de 2,3 mil unidades por ano. A Andemos agora trabalha para acabar com essas cotas, criadas em 2017, e que não atendem mais a demanda do mercado colombiano, que pode consumir um volume maior.
A curto e médio prazos o foco da Andemos está em melhorar as políticas de incentivo para os elétricos e híbridos, mirando também o fim do imposto IVA para os veículos com motorização 100% elétrica e o encerramento do imposto sobre consumo para todos os modelos eletrificados. O uso de placas verdes também está em negociação com o governo.
A entidade também defende a criação de corredores verdes, que permitirão a circulação dos elétricos por todo o país. A intenção é de que as estradas principais ofereceram uma estação de recarga rápida de, pelo menos, 22 kWh a cada 80 quilômetros, enquanto as secundárias uma estação de 150 kWh a cada 120 quilômetros.
O executivo deu o exemplo de algumas cidades como Medelín e Bogotá, que instalaram carregadores em centros comerciais e shoppings centers para incentivar o uso: "Também existe uma parte dos usuários que já se programa para rodar com a autonomia que possui, sem precisar parar para recarregar".
Com todas essas ações para promover esse segmento os consumidores estão respondendo de maneira positiva, mesmo que com os custos mais altos, e o segmento está em forte expansão, com alta de 300% nas vendas até julho, somando 8,8 mil veículos elétricos e híbridos comercializados.
As motocicletas elétricas somaram 1,4 mil vendas até julho, alta de 26,1% ante igual período de 2020. Anjel disse que, nesse caso, é preciso entender o que pode ser feito para promover ainda mais o uso desse tipo de veículo.
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