São Paulo – Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, projeta expansão do PIB de 1,5% a 3% em 2022, o que puxará, mais uma vez, o crescimento da indústria de caminhões. Usa como base indicadores econômicos da empresa. O executivo lembrou, durante o terceiro dia do Congresso Perspectivas 2022, realizado por AutoData, de forma online até a sexta-feira, 22, que essa é a precondição para o incremento dos números da indústria: o que vende caminhão é a alta do PIB.
Ele também destacou outros dez pontos positivos que deverão impulsionar o setor de caminhões: "A melhora substancial ou até o fim da pandemia da covid-19 é um ponto importante, assim como a retomada da economia e o bom desempenho do agronegócio".
A expansão maior do que a esperada na distribuição urbana de produtos e da construção civil, mais investimentos em infraestrutura, bom momento das exportações, necessidade de renovação de frota e um possível novo programa social do governo, o Renda Brasil, que poderá fomentar o consumo, são os demais fatores que animam Cortes.
Com olhar positivo para o ano que vem, mas sem poder divulgar suas projeções por causa do capital aberto do Grupo Traton, controlador da VWCO, o CEO ressaltou seis fatores negativos que podem causar impacto sobre os negócios: falta de semicondutores e de outros componentes como pneus, pressão nos preços em função do aumento nos custos, um possível repique da covid-19, ambiente político, risco de fatores externos como a economia chinesa e uma crise energética.
A médio prazo o executivo acredita que seja mandatório um aumento do volume de caminhões produzidos aqui para chegar mais perto da capacidade instalada e para reduzir a ociosidade nas fábricas. Esse movimento poderia ser puxado pela renovação de frota, ponto defendido, mais uma vez, por Cortes, caminho para frota menos poluente e mais segura.
De acordo com dados apresentados a capacidade instalada da indústria de caminhões no Brasil é de 400 mil unidades/ano em três turnos ou 250 mil em dois turnos. Caso a projeção da Anfavea seja atingida em 2021, com 175 mil unidades produzidas, a capacidade ociosa das fábricas ficará em 56% considerando três turnos ou 30% em dois turnos.
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