São Paulo – Os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos, SP, decidiram que só aceitarão qualquer acordo de flexibilização de direitos se estiver condicionado à estabilidade no emprego para todos os profissionais e à efetivação dos temporários. Na segunda-feira, 25, a empresa informou ao sindicato dos metalúrgicos local que, devido à persistente crise dos semicondutores, pretende suspender temporariamente 1,2 mil contratos de trabalho na área de produção da picape S10.
De acordo com o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Renato Almeida, a maior preocupação é com a preservação dos postos de trabalho. “A crise é gravíssima e, pelo que estamos observando, nas montadoras instaladas aqui no País, não há controle algum sobre ela”.
Recentemente a planta de São Caetano do Sul, SP, ficou sem produzir por treze dias devido à uma greve. No início do ano a unidade de Gravataí, RS, permaneceu fechada por quase cinco meses devido à falta de semicondutores.
Na fabricação da S10 em São José trabalham hoje 2,2 mil operários, e a proposta é suspender os contratos de trabalho de 55% do contingente que atua nessa linha. Ao todo a planta emprega 3,8 mil profissionais de forma direta, além de 350 temporários. No local também é produzido o SUV Trailblazer.
Se aprovado o lay-off começa a valer na segunda semana de novembro, com duração de dois a cinco meses. O pleito dos trabalhadores prevê, ao menos, estabilidade pelo período em que durar a suspensão dos contratos.
Nova reunião será realizada com representantes do sindicato e da GM na quarta-feira, 27, às 9h00, no recinto da fábrica:
“Se for nessas condições de estabilidade e efetivação dos temporários, que colocamos na mesa de negociação na segunda-feira e que referendamos nesta terça, em duas assembleias com os metalúrgicos, nós encaminharemos o acordo", disse o representante do sindicato. "Se não teremos um impasse e será preciso ver como resolveremos”.
A GM informou que segue “discutindo com o sindicato local alternativas para mitigar o impacto e proteger os empregos”.
Foto: Roosevelt Cassio/Divulgação