São Paulo – Na semana passada representantes da BYD, incluindo seu presidente Tyler Li, se reuniram com o vice-governador do Paraná, Darci Piana, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, PR. À companhia, que tem protocolo de intenções assinado para instalar uma fábrica de elétricos na Bahia, foi oferecida a inativa fábrica de Campo Largo, PR, da Stellantis, como potencial unidade de produção de motores e controladores.
Segundo a BYD, em nota enviada à reportagem, “o objetivo único [da reunião] era conhecer um pouco mais das particularidades e todo potencial que o mercado paranaense oferece”. As autoridades do Estado, no entanto, saíram animadas do encontro.
“A BYD é uma das maiores multinacionais do mundo, que já tem operações no Brasil, inclusive no Paraná, e que agora avalia trazer outros investimentos ao Estado, e toda a estrutura que eles são capazes de produzir”, afirmou o vice-governador à Agência de Notícias do Paraná. “Estamos em diálogo com a empresa e daremos continuidade às tratativas para conseguir oficializar sua instalação no Estado.”
Com a produção de motores E.TorQ encerrada em Campo Largo, PR, em novembro a Stellantis colocou à venda a unidade, originalmente de propriedade da Tritec, empresa formada a partir de joint-venture da Chrysler com a BWM nos anos 90. Os duzentos trabalhadores tiveram a opção de serem transferidos para outras fábricas Stellantis ou receberem ajuda para realocação.
O projeto, ao que tudo indica, independe dos planos da BYD para produção de veículos elétricos no Brasil. Em outubro a companhia assinou protocolo de intenções com o governo baiano para, lá, produzir veículos de passeio, caminhões, chassis de ônibus e processar lítio e ferro fosfato, um aporte de R$ 3 bilhões. Ainda restam pormenores para oficialização do investimento: há a possibilidade de ser aproveitada a estrutura da Ford em Camaçari, BA, sem produzir desde 2021, e as duas empresas estão em negociação.
Campo Largo o espaço seria insuficiente para todo o projeto, num primeiro momento. Por isso o governo ofereceu como possibilidade a produção de motores e controladores pela BYD. O presidente Li não descartou: “Recebemos algumas informações da Stellantis, vamos apresentá-las para nossa equipe técnica da China, que vem para cá em fevereiro em visita para avaliar a fábrica e suas condições e possibilidades. Em março daremos uma resposta”.
No Brasil desde 2015 a BYD produz ônibus elétricos em Campinas, SP, e placas solares em Manaus, AM. A operação de veículos de passeio começou a avançar no ano passado e, no momento, o foco é na expansão da rede de concessionários: já são dezoito abertas no País.