São Paulo – O aumento na demanda pelo Volkswagen Polo fez com que a empresa voltasse atrás na medida anunciada anteriormente, de que concederia layoff a oitocentos funcionários de Taubaté, SP, o equivalente a um turno de produção, pelo período de dois meses, a partir de 1º de agosto: em vez de suspender os contratos de trabalho optou por férias coletivas de dez dias para os dois turnos, composto por 3,1 mil funcionários, com início em 31 de julho.
Segundo a Volkswagen “as ferramentas de flexibilização estão previstas em acordo coletivo firmado pelo sindicato e colaboradores de Taubaté”. Na avaliação do sindicato este tipo de medida inibe qualquer tipo de demissão.
O acordo coletivo dos trabalhadores da fábrica de Taubaté prevê estabilidade nos empregos até 2025. Firmado em 2020 foi renovado no ano passado. Hoje Polo Track e o novo Polo são produzidos ali, que deverá receber a montagem de um novo SUV compacto a partir de 2025.
Em São José dos Pinhais, PR, onde é fabricado o T-Cross, desde 5 de junho foi estabelecido lay-off de dois a cinco meses para um turno de produção. Segundo a Volkswagen a unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, em que são produzidos Polo, Nivus, Virtus e Saveiro, e a de São Carlos, SP, de onde saem os motores, estão operando normalmente.
Cenário de juros altos e queda na demanda
Conforme o sindicato o cenário composto por juros a 13,75% ao ano encarece os financiamentos em um mercado em que a maioria das vendas é feita de forma parcelada. Com isto às montadoras não resta alternativa senão promover série de paralisações nas linhas de montagem para adequar os estoques à demanda.
Este ano a empresa já havia protocolado um pedido de layoff em Taubaté, previsto para junho, inicialmente, e depois para julho. Com o programa de descontos do governo federal de R$ 2 mil a R$ 8 mil para modelos de até R$ 120 mil decidiu recuar do layoff.
Só que com a manutenção da Selic na última reunião do Copom de 26 de junho a 3 de julho os trabalhadores ficaram fora da produção por meio de shutdown e dayoff, retornando em 4 de julho, ao mesmo tempo em que o layoff de agosto estava marcado.
Para o presidente do Sindmetau, Cláudio Batista, o Claudião, enquanto os juros continuarem altos todo o setor ainda estará sujeito a paradas temporárias: “Os indicadores da economia já permitem uma redução na taxa de juros, mas o presidente do Banco Central parece disposto a sabotar os empregos no Brasil”.
Em julho comissão de metalúrgicos apresentou pedido de impeachment do presidente do Banco Central. A próxima reunião do Copom será em 1º e 2 de agosto.