O mês de fevereiro apresentou alta na comparação com janeiro, mas o volume embarcado ainda ficou abaixo de 2023
São Paulo – A indústria automotiva nacional exportou 49,5 mil veículos no primeiro bimestre do ano, volume 28% menor do que o registrado em iguais meses de 2023, segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 7. O resultado menor ainda é reflexo das dificuldades que o setor tem enfrentado nos últimos meses, com a redução de embarques para países importantes como Argentina, Chile, Colômbia e Equador, embora o México, principal destino das exportações, esteja com crescimento.
Em fevereiro as exportações somaram 30,7 mil unidades, recuo de 14,1% na comparação com igual mês do ano passado e incremento importante de 62,7% sobre janeiro.
De acordo com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o crescimento sobre janeiro foi relevante, mas ainda não é motivo para grandes comemorações porque ainda está abaixo do ano passado:
“Ainda não podemos soltar fogos para comemorar porque a alta ocorreu sobre uma base baixa, o resultado ruim de janeiro. Também é necessário lembrar que as exportações podem sofrer oscilações por causa do preenchimento dos espaços nos navios, mas ainda assim foi uma retomada importante”.
O presidente revelou que a Anfavea tem conversado muito com o governo federal, por meio do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em reuniões semanais, para mostrar os números do setor junto com sugestões e propostas que podem alavancar as exportações. O primeiro tema muito debatido são os acordos bilaterais, principalmente com países da América Latina, caso da Colômbia, que hoje tem uma cota e a intenção é não ter nenhum tipo de limitação, ou de países com os quais o Brasil ainda não possui nenhum tipo de acordo.
O segundo ponto é a desoneração das exportações, porque hoje os impostos são exportados junto com os veículos: “O governo está estudando como fazer para tirar os resíduos tributários das exportações, com foco no período de transição até que a reforma tributária esteja em vigor. Tem bastante coisa acontecendo nesse sentido”.
O avanço é necessário porque o custo Brasil ainda aparece como principal entrave das exportações para além da América Latina, de acordo com Lima Leite.
As exportações no bimestre somaram US$ 1,5 bilhão, queda de 11,3% na comparação com os primeiros dois meses de 2023. O valor exportado em fevereiro foi de US$ 864,1 milhões, recuo de 10,4% com relação a fevereiro do ano passado e expansão de 39,2% sobre janeiro.