Crescimento poderia ser ainda maior porque existem em torno de 47 mil unidades esperando aprovação do Ibama para entrar no mercado
São Paulo – Dos 735,4 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus comercializados de janeiro a abril no mercado brasileiro 16,4%, ou 126,4 mil unidades, foram importadas. O volume de importações cresceu 43,4% no período, puxando a alta de 16,3% nas vendas, segundo divulgou a Anfavea na quarta-feira, 8.
A venda de nacionais no quadrimestre cresceu 11,9%, somando 609 mil unidades. Os importados representaram 17,2% do total de vendas do período – de janeiro a abril do ano passado o índice foi 13,9%.
A fatia poderia ser ainda maior uma vez que, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, existem em torno de 47 mil veículos híbridos e a combustão esperando liberação do Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. As liberações, que eram imediatas, estão demorando em torno de vinte dias por mudanças no processo e a greve dos servidores, de acordo com o executivo:
“Os 100% elétricos não estão nessa conta, porque são liberados imediatamente”.
Mais veículos da China
A justificativa para este crescimento é o aumento das importações de veículos eletrificados da China, que cresceram 633% no período. De janeiro a abril de 2023 foram importados 4,7 mil, volume que subiu para 34,5 mil unidades nos primeiros quatro meses de 2024.
A Argentina, ainda principal origem dos importados vendidos no Brasil, enviou 56,6 mil unidades no período, volume estável com relação a 2023. Da Alemanha vieram 7,4 mil unidades, também estabilidade. Apenas o México cresceu no período, 83%, para 14,5 mil importações – e é um país com o qual o Brasil mantém acordo de livre-comércio e também exporta elevado volume de veículos.
“A participação dos chineses cresceu em toda a região”, disse Lima Leite. “De toda forma este aumento pode ser justificado pelo cronograma de recomposição do imposto de importação para híbridos e elétricos. Em julho haverá nova alíquota e as empresas estão antecipando as compras para não pagar imposto maior.”
O presidente da Anfavea descarta redução na produção por causa das importações: “Passado este período de antecipação deverá haver uma acomodação. Não acredito que prejudique a produção, e nem pode, pois as importações são saudáveis enquanto não afetem os volumes da indústria nacional”.