São Paulo – A fábrica da Nissan em Resende, RJ, passou quatro semanas sem produzir para que adequações fossem feitas para a introdução de novas tecnologias que visam à produção de dois novos SUVs e um inédito motor turbo 1.0, parte do investimento de R$ 2,8 bilhões até 2025 anunciado no ano passado. 120 funcionários foram enviados ao Japão para capacitação, tudo dentro do planejamento para ampliar participação no Brasil e expandir as exportações.
“Vamos elevar Resende a um novo patamar. Toda a preparação já começou”, afirmou o presidente Gonzalo Ibarzábal. “Temos capacidade suficiente para atender ao nosso mercado e também os de outros países. O Brasil possui grande potencial para exportar SUVs.”
O movimento inclui olhar mais atento a novos fornecedores: “Faz diferença ter uma cadeia localizada, pois é possível oferecer um produto muito mais forte olhando no longo prazo”.
O plano, segundo Ibarzábal, é continuar crescendo ao longo do ano – a marca foi uma das que mais expandiram suas vendas nos primeiros meses de 2024. Como em 2023 o salto foi de 35% e, portanto, a base de comparação foi elevada. A meta é encerrar o ano com ganhos de 15%. Em termos de participação de mercado o objetivo é passar dos 3,5% no ano passado para 3,9% este ano.
Quanto às exportações a fábrica de Resende, que em 2024 completou dez anos, atualmente envia veículos apenas para Argentina e Paraguai. Ibarzábal disse que a meta é atingir mais de vinte mercados, principalmente da América Latina. O Kicks é a sua forte aposta: o primeiro dos dois SUVs será a nova geração do modelo.
Com a aprovação do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, muitas montadoras anunciaram desenvolvimento de sistema híbrido flex. Ibarzábal respondeu que este tema que está sendo analisado à parte pela Nissan:
“Nós estamos discutindo as possibilidades para ver quando podemos começar a falar de híbrido, eventualmente, no Brasil. Preferimos esperar para ter o produto e a tecnologia certos. Com a rede preparada. E isso inclui o elétrico.”
Sobre a concorrência chinesa o executivo assinalou que não teme a perda de mercado neste contexto em que a companhia ainda estuda a possibilidade de oferecer veículo híbrido aqui: “Nós competimos com os chineses na própria China. Conhecemos suas fortalezas e fraquezas. Estamos muito bem preparados para isto”.